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Economia Sexta-feira, 16 de Dezembro de 2022, 07:02 - A | A

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NOVOS MERCADOS

Farelo da produção de etanol vira oportunidade de ouro para Mato Grosso

Com aumento na produção de etanol de milho, estado ganha novos mercados para exportar o DDG, usado na alimentação animal

Felipe Leonel

Repórter | Estadão Mato Grosso

O aumento da produção de etanol de milho tem permitido a abertura de um mercado promissor para Mato Grosso, o DDG, último derivado da produção do biocombustível. O DDG (Grãos Secos de Destilaria, na sigla em inglês) é um composto proteico que é utilizado para ração para diversos animais, pois tem mais proteínas que outros alimentos.

Os produtores de Mato Grosso já realizaram duas exportações do produto, totalizando 73 mil toneladas e movimentando mais de 22 milhões de dólares no estado. Como a produção do etanol de milho deve aumentar nos próximos anos, a participação desse produto nas rações e nas exportações também tende a acompanhar essa evolução.

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Apesar de pouco conhecido pelos brasileiros, o DDG é utilizado em mercados sérios mundo a fora, como nos Estados Unidos da América, o que aumenta a confiança na sua utilização para alimentação animal. O produto fabricado no Brasil, sendo a maior parte em Mato Grosso, foi destinado para países como Nova Zelândia, Arábia Saudita e outros países do Oriente Médio. Na última exportação, o DDG mato-grossense teve quase 95% de participação.

A diretora-executiva do Sindicato das Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Sindalcool/MT), Lhais Sparvoli, explica que a ração também é utilizada por grandes multinacionais brasileiras, o que também facilita para que o produto ganhe espaço no exterior. Somado a isso, a boa qualidade do DDG mato-grossense também faz propaganda para aumentar sua participação.

“Ter um produto de qualidade, como o Brasil tem conseguido entregar, ajuda muito nesse processo”, explica Lhais, em entrevista ao Estadão Mato Grosso. “Temos grandes multinacionais no Brasil já utilizando esse produto e isso facilita a exportação também, pois quando se utiliza numa multinacional, essa mesma empresa utiliza lá fora”, completa Sparvoli.

Para aumentar as exportações, as indústrias brasileiras terão que trabalhar na padronização do produto, o que depende da implementação de procedimentos nas indústrias. Também há outro fator geopolítico que contribui para o aumento das exportações do Brasil, que é a invasão da Ucrânia pela Rússia, uma guerra que já se aproxima de 300 dias. A invasão foi iniciada no dia 24 de fevereiro deste ano.

“A Ucrânia é um grande fornecedor de milho. Isso vai estimular ainda mais com que os utilizadores de ração animal procurem alternativa para diversificação dos seus fornecedores. Então, essa utilização de DDG brasileiro deve ser difundida cada vez mais”, garante a diretora-executiva do Sindalcool/MT.

O DDG é um dos últimos coprodutos do etanol de milho. De acordo com o Sindalcool, com uma tonelada de milho é possível produzir 441 litros de etanol, 17 kg de óleo de cozinha, 0,16 megawatt-hora (MWh) e 222 kg de DDG.

A estimativa é aumentar de forma exponencial a produção de etanol, principalmente de milho, alcançando 5 bilhões de litros em 2023. Isso deve ser alcançado com o início da operação de uma nova indústria de etanol de milho em Primavera do Leste, ainda no primeiro semestre do ano. Também é esperada a inauguração de outra usina em Campo Novo do Parecis ainda em 2023.

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