Os participantes do II Simpósio de Manejo e Contenção de Animais Silvestres em Eventos Climáticos Extremos, evento promovido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) e parceiros, realizaram nesta sexta-feira (25.7) aula prática para manejo de espécies de jacarés e resgate de cinco capivaras. A atividade foi desenvolvida no Centro de Medicina e Pesquisa em Animais Silvestres (Cempas), na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Cerca de 40 pessoas concluíram a qualificação. São esses profissionais que vão atuar na linha de frente junto com a Sema no resgate de animais no período de estiagem. O grupo também atuará como multiplicadores junto aos voluntários que se cadastrarem para auxiliar o órgão ambiental, caso haja necessidade.
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Segundo o coordenador de Fauna e Assuntos Pesqueiros da Sema, Éder Toledo, além da parte prática, o curso contemplou abordagens sobre identificação de espécies e métodos de contenção, teoria geral de incêndios florestais, gestão de riscos em desastres, análise de necessidades e planejamento, discussões sobre situações e resgates já realizados, entre outros temas.
Foram quatro de dias de curso, com a participação de representantes da Sema, Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros, organizações não governamentais, Ibama e veterinários. A qualificação foi realizada em parceria com o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) e a Ong Ampara.
Após a conclusão da aula prática para resgate das capivaras, ministrada com a turma do período da manhã, o diretor técnico da Ampara Silvestre, Joares May, explicou que nem tudo saiu como havia sido planejado. As capivaras acabaram entrando na água e fugindo das equipes de resgate.
“É um procedimento extremamente complicado e a gente trouxe a turma para cá, para as pessoas entenderem como é a realidade do Pantanal: vegetação alta, área alagada e de difícil acesso. Lembrando que a rotina dos animais em cativeiro é diferente, pois eles acabam conhecendo tudo que está ao redor e ao ouvirem sons diferentes e a percepção de mais pessoas eles entram no modo defesa e na primeira oportunidade vão para o principal lugar de refúgio que é a água”, destacou.
Já o manejo de jacarés foi mais tranquilo. Divididos em três grupos, os participantes tiveram a oportunidade de colocar em prática as técnicas de resgate recebidas durante o curso.
Parceria
A coordenadora do Cempas e professora da Faculdade de Medicina Veterinária da UFMT, Sandra Helena Ramiro Corrêa, destacou o papel da unidade tanto na reabilitação da fauna quanto na formação de profissionais preparados para atuar em campo.
“O Cempas está voltado a todos os cuidados de manejo, manutenção, medicina e recuperação de fauna silvestre. Em 2020, fomos referência no atendimento de animais afetados por incêndios, em parceria com a Sema e o Ibama. Essa função permanece ativa e se fortalece com a realização de treinamentos como este.”
Segundo Aruaque Lotufo, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso (CRMV-MT), a capacitação de equipes que atuam na linha de frente dos desastres é essencial para melhorar o atendimento à fauna.
“O objetivo é garantir que o resgate de animais silvestres seja realizado da forma mais segura possível, preservando a saúde dos bichos. Quanto mais bem preparados forem esses agentes, mais rápida e eficaz será a reabilitação e o retorno desses animais à natureza.” , afirmou.