Menos de 20% da população de Mato Grosso já foi contaminada pelo novo coronavírus. O que significa, segundo o secretário de Estado de Saúde (SES/MT), Gilberto Figueiredo, que o Estado ainda tem um grande volume de pessoas que ainda podem ser infectadas e até existe a possibilidade de uma segunda onda da pandemia, apesar dos números registrados não mostrarem isso. O que mais preocupa no momento é o crescimento do número de casos, que pode retirar Mato Grosso do status de Estado em queda da pandemia e colocá-lo de volta entre os que são identificados como sendo de pandemia em alta, pelo alto risco de contágio.
"Se o vetor do vírus é o ser humano, quanto mais movimentação e contato tiver as chances de infecção são grandes. Nós estamos registrando 700 casos novos de covid por dia", observa o secretário que durante a semana falou à imprensa que previa o aumento de novos casos em função da campanha eleitoral e da proximidade do período de férias.
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A médica infectologista Kadja Samara S. N. Leite reforça que a pandemia não acabou e "enquanto a gente não tiver a vacina, não tiver uma segurança maior em relação ao vírus, pode estar exposto e em risco". Ela concorda que os eventos eleitorais geram aglomerações e são fatores de risco à propagação da covid, mesmo porque "acabou tirando de casa aquelas pessoas que estavam desempregadas, pessoas que estão no grupo de risco, muitas vezes um idoso".
O secretário adverte sobre as aglomerações com o corpo a corpo das campanhas e até mesmo no dia da eleição. "É natural que haja um crescimento no número de casos, mas estamos vigilantes. O Governo do Estado está com a estrutura hospitalar preparada, hoje com menos de 40% da taxa de ocupação dos leitos de UTIs [Unidades de Terapias Intensivas]"
A capacidade hospilar atual de Mato Grosso, segundo ele, é melhor que no início da pandemia, do fim do mês de março para abril. Com mais de 900 leitos de enfermaria vázios e 200 nas UTIs. "Nós estamos num período menos desconfortável", frisou Gilberto orientando à manutenção das medidas preventivas como os uso de máscara, a higienização das mãos e alimentos, e o distanciamento social.
"A covid é um doença de agravamento rápido e alto contagiosa", alertou. "Infelizmente, o comportamento da maioria da população é como se a pandemia já tivesse acabado. Não acabou e temos um período difícil para atravessar pela frente e até que tenhamos uma vacina é importante que a população se mantenha vigilante e se protegendo".
A especialista orienta a população a ficar em casa e só sair quando precisar mesmo e ir ao mercado poucas vezes na semana. "A gente sai às ruas e vê que as pessoas perderam o cuidado, deixaram de usar a máscara ou usam de forma inadequada", lamentou.