“Numa folha qualquer eu desenho um mundo mais belo e se sou professor este mundo pro aluno eu revelo...” a música cover de Toquinho representa a importância de um professor na formação de qualquer cidadão. Sabendo disso, o Estadão Mato Grosso conversou com dois profissionais da educação para saber a importância desse 15 de outubro, estabelecido pelo ex-presidente João Goulart, em 1963, para celebrar o dia do professor.
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Sanderson Figueiredo, de 31 anos, é professor da Educação Básica. Ele dá aulas para alunos entre 11 a 17 anos e desde a infância se interessava em lecionar.
“Na escola a gente tinha um grupo que tinha facilidade em estudar junto e ajudava os colegas. Fui pegando o gosto de ensinar e construir conhecimento junto. Pra entrar na faculdade de Ciências Biológicas foi um passo muito fácil”, conta o professor.
Já a professora Jéssica Oliveira, de 36 anos, diz ter sido escolhida pela profissão. “Durante a faculdade pensava em trabalhar em laboratório. Na metade do curso, comecei a ter práticas pedagógicas, onde tínhamos que preparar algumas aulas e apresentá-las para os colegas e gostei, vi que era minha praia”, explica.
Os desafios encontrados pelos profissionais são muitos, dentre eles a baixa valorização profissional, a necessidade de trabalhar em várias escolas para ter um salário melhor, e até mesmo a falta de empatia com os profissionais da educação vindo dos familiares dos alunos.
“O que eu vejo é que falta muito nos alunos aquela questão familiar, de incentivar o estudante a levar a sério a educação. Onde você tem que ficar debatendo questões não tão relevantes e a educação fica de lado”, desabafa Sanderson.
Ele acrescenta que o país passa por um momento complicado, de desmonte da educação e diminuição de investimentos.
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“Você vê o país em queda livre e o que pode transformar o país seria a educação. O desafio é muito grande, mas a gente gosta desse processo de construção do conhecimento mesmo com as dificuldades”, avalia o educador.
Já Jéssica diz que, por causa dessa desvalorização e cortes recentes na educação e na ciência, tem pensado em deixar o magistério. “Tenho pensado seriamente se devo continuar. Gosto muito do que faço, mas sinto que a cada ano a situação tem piorado”.
ENSINO NA PANDEMIA – Os professores do ensino superior também tiveram que adaptar as metodologias de ensino durante a pandemia de covid-19 e aderiram ao sistema remoto. Nealla Machado (30) é professora do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) e conta como foi enfrentar esse desafio para alunos e professores.
“A pandemia trouxe muitas dificuldades para todos nós. Nesse momento de afastamento social, tivemos que estar presentes na vida dos alunos, pois muitos pegaram a covid, tiveram parentes com a doença, sofreram com perdas, desemprego, depressão. Então, a atenção com a parte humana também teve de ser renovada”, explica.
Reprodução | Redes Sociais
Nealla durante sua primeira banca como coorientadora de Trabalho de Conclusão de Curso de forma remota.
Outros perrengues enfrentados pelos alunos, sendo eles do ensino fundamental, médio ou superior, foram a deficiência de conexão de internet, estudantes sem possibilidade de conexão, a falta de computadores para acompanhar as aulas, além da parte psicológica.
Além disso, a tecnologia não substitui o calor humano que somente a presença dos alunos traz. “O trabalho foi dobrado. Tive que aprender a me virar com as tecnologias, para gravar minhas aulas e disponibilizar aos alunos, e o contato com eles fez muita falta”, explica Jéssica.
Outro fator que dificulta o ensino remoto é que na faculade as metodologias utilizadas para preparar o educador são pensadas para a educação presencial e não de forma virtual. No entanto, os três profissionais garantiram que nada é mais gratificante que perceber a evolução e o crescimento de cada aluno. Os professores seguem em frente com esperança de dias melhores e principalmete, lutando por eles.