Dollar R$ 5,66 Euro R$ 6,15
Dollar R$ 5,66 Euro R$ 6,15

Cidades Terça-feira, 02 de Novembro de 2021, 07:30 - A | A

Terça-feira, 02 de Novembro de 2021, 07h:30 - A | A

IMUNIZAÇÃO INCOMPLETA

“Forasteiros” ficam sem 2ª dose de AstraZeneca

Agentes de saúde estão instruídos a não completar imunização de quem não tomou a 1ª dose em Cuiabá

Priscilla Silva

Repórter | Estadão Mato Grosso

As pessoas que não tomaram a 1ª dose da AstraZenica em Cuiabá e precisam completar a imunização contra a covid-19 no município serão barradas nos pontos de vacinação. O grupo específico é formado por pessoas não residentes, moradores recém-chegados, residentes temporários ou simplesmente de passagem pela cidade. A escassez de doses da AstraZeneca na capital fez com que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) restringisse a aplicação da 2ª dose só para os munícipes locais, ficando de fora os “forasteiros”.

- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)

- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo do WhatsApp e receba informações em tempo real (clique aqui)

- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)

Na medida em que imunização avança em determinadas cidades, aumenta-se o deslocamento de pessoas em busca de vacinas. O fenômeno é observado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz, instituição que que tem realizado estudos sobre a pandemia no Brasil. Conforme um levantamento da entidade, os percentuais de doses aplicadas fora do município de residência oscilam de 11% a 25%, sendo intensificado a partir de maio de 2021.

O interesse desse grupo poderia ser visto como um ponto positivo, mas virou um problema para os municípios. A divergência é que, apesar de o plano de imunização ser nacional, são os gestores de cada cidade que criam as regras para administração das doses.

Para a entidade, o percentual de pessoas vacinadas fora do local de residência “revela discordâncias importantes nos processos de vacinação em aplicar as doses de imunizantes no município de residência e a falta de homogeneidade entre os critérios usados para a vacinação de grupos específicos”.

Apesar desse grupo de vacinados atingir até 25% em alguns municípios, a falta de critérios unificados deixa essa população na incerteza. Um desses casos acontece em Cuiabá, capital de Mato Grosso.

Natural do estado, Angie Saggin, voltou a morar em Cuiabá após oito anos. Desde a última sexta-feira (29), mesmo com comprovante de residência em seu nome, a empresária não consegue tomar a 2º dose da AstraZeneca. “Quando viram que a minha carteirinha de vacinação era de outro estado, Alagoas, falaram que não tinha dose para quem era de fora, que as vacinas existentes estavam reservadas para quem tomou a 1ª dose aqui [Cuiabá]”, recorda.

Por meio de nota, a Secretaria de Saúde Municipal confirmou que é essa postura deverá ser adotada nas unidades de vacinação, enquanto não houver doses extras do imunizante. “Os servidores que atuam nos polos de vacinação estão orientando que aguardem até que o Município tenha doses para atender além de seus munícipes”.

A coordenação de campanha também negou uma possível estocagem de doses da Astrazeneca e, ainda, do surgimento de sobra de doses ocasionadas pelos faltosos. Alega que conta apenas com a quantidade suficiente para vacinar aqueles que estão no prazo, agora com intervalo de 56 dias.

- FIQUE ATUALIZADO: Participe do nosso grupo no Telegram e fique sempre informado (clique aqui)

“Visando resolver a situação daqueles que tomaram a primeira dose do imunizante em outros locais, a coordenação da campanha já conversou com a Secretaria de Estado de Saúde para verificar a possibilidade de receber mais doses da vacina AstraZeneca”. Dessa forma, “mais pessoas poderão ser atendidas, além daqueles que tomaram a primeira dose em Cuiabá”, afirma a secretaria.

Enquanto a resposta ao pedido de mais doses para o Cuiabá não chega e o posicionamento da gestão municipal é de não adotar a intercambialidade, os recém-chegados em Cuiabá esperam, sem previsão de data, a 2ª dose da vacina. “Se pudesse, eu tomaria, tranquilamente a Pfizer como segunda dose. Não vejo a hora de completar a minha vacinação”, desabafa Angie.

search