Nesta sexta-feira (4/7), a maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do Brasil, a RPPN Sesc Pantanal, completa 28 anos de história no ano em que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) é realizada no Brasil. Criada logo após a histórica Eco 92, conferência realizada no Rio de Janeiro que determinou o início de uma era de compromissos globais com o meio ambiente, a unidade de conservação representa hoje um dos mais relevantes marcos da atuação socioambiental do Sesc no Brasil.
Em um momento simbólico, em que o Brasil se prepara para sediar a COP 30, no Pará, a Reserva reforça o papel das iniciativas brasileiras no enfrentamento das mudanças climáticas, tema central do evento.
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“A criação da RPPN após a Eco 92 demonstrou a visão pioneira do Sistema CNC-Sesc-Senac em integrar conservação, ecoturismo, educação ambiental e desenvolvimento local. Com a COP no Brasil, esse legado se fortalece como referência de ação concreta em quase três décadas”, destaca o ecólogo Alexandre Enout, gestor da reserva.
Localizada em Barão de Melgaço (MT), a unidade abriga mais de 250 espécies de plantas e mais de 630 espécies de animais, incluindo a fauna ameaçada de extinção como a onça-pintada, o tamanduá-bandeira e o lobo-guará. A área também é referência em pesquisas. São mais de de 500 publicações científicas, com participação de pesquisadores e instituições de diversos países.
Reconhecida internacionalmente como Sítio Ramsar e Zona Núcleo da Reserva da Biosfera desde 2002, a RPPN presta serviços ecossistêmicos essenciais como a purificação da água, o sequestro de carbono e a regulação do clima.
Na linha de frente da conservação, trabalham pantaneiros nascidos na região, como o guarda-parque Alesandro Amorim. Para ele, a conservação dessa área permite a perpetuação de diversas espécies. “Admirar os animais e as belas paisagens no dia a dia é de encher os olhos e fortalece mais ainda o nosso trabalho pelo presente e futuro do Pantanal”, destaca.
Mudanças climáticas no Pantanal
De acordo com dados do MAP Biomas, o Pantanal é o bioma que mais perdeu superfície de água em relação à média histórica: 61%. Desde 2018, o bioma tem enfrentado o aumento de períodos de seca e, em 2024, a seca extrema aumentou a incidência e propagação de incêndios.
Por isso, o trabalho de prevenção e combate a incêndios na Reserva acontece por meio do Manejo Integrado do Fogo (MIF), estratégia recente no Pantanal, mas já utilizada em todos os outros biomas existentes no Brasil e em unidades de conservação dos Estados Unidos, África e Austrália. O MIF reúne um conjunto de técnicas que trabalha com três pilares essenciais: a ecologia do fogo (os principais atributos ecológicos do fogo); a cultura do fogo (necessidades e impactos socioeconômicos) e o manejo do fogo (prevenção, supressão e uso do fogo). Com isso, busca-se compatibilizar as necessidades sociais, as tradições culturais e características ecossistêmicas para a conservação da natureza.
A RPPN conta com uma robusta equipe de brigadistas experientes e equipamentos importantes, como pás carregadeiras e, ao longo dos anos, tem aperfeiçoado e ampliado sua atuação com o uso de câmeras de detecção de focos de calor e o aumento da permanência da brigada temporária.
COP 30
Entre os principais temas previstos para serem debatidos na COP30 estão: redução de emissões de gases de efeito estufa, adaptação às mudanças climáticas, financiamento climático para países em desenvolvimento, tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono, preservação de florestas e biodiversidade, justiça climática e os impactos sociais das mudanças climáticas. A expectativa é receber 40 mil pessoas de todo o mundo.