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Cidades Sábado, 27 de Novembro de 2021, 15:19 - A | A

Sábado, 27 de Novembro de 2021, 15h:19 - A | A

ELES ESTÃO À ESPREITA

Cuiabá já registrou 177 ocorrências de escorpiões em 2021; veja cuidados

Igor Guilherme

Repórter | Estadão Mato Grosso

Estamos no segundo mês do período de chuvas em Mato Grosso e o calor, antes escaldante, deu lugar ao clima agradável. Mas apesar dos 'mimos', a temporada também intensifica o encontro com animais peçonhentos, como escorpiões. De acordo com os dados da Unidade de Vigilância em Zoonoses, Cuiabá teve 177 ocorrências de janeiro a outubro deste ano. Em 2020, foram 213 registros e 327 em 2019.

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Divulgação

Jessé Martins

Biólogo Jessé Martins Ribeiro Junior, do Centro de Controle de Zoonoses de Várzea Grande

O encontro desses animais dentro de residências é mais comum do que se imagina. Segundo o biólogo Jessé Martins Ribeiro Junior, os escorpiões passam por uma migração forçada durante o período de chuvas. "Com seus abrigos inundados, eles procuram a cidade. Além disso, nessa época é quando há maior disponibilidade de presas [insetos]. Por isso é comum encontrarmos os bichos nas residências, porque eles procuram abrigo e vem atrás de comida", explicou ao Estadão Mato Grosso.

Na busca por ambientes para viver, a adaptabilidade do escorpião impressiona e praticamente qualquer lugar vira o “lar doce lar” dessa espécie que pode habitar “redes de esgoto, cemitérios, acumulados de entulhos, restos de obras e etc”, como conta Jessé.

Outro ponto que deixa os escorpiões em um patamar confortável nas cidades, é a ausência de predadores e a abundância de um dos seus principais alimentos: as baratas. Elas se proliferam nas cidades devido ao acumulo de lixo e esgoto, que em muitos lugares é a céu aberto.

Em Mato Grosso não há registros de espécies causadoras de acidentes graves, porém, a falta de registros não significa sua completa ausência. O mais comum é o Tityus Confluens, que não possui uma picada muito poderosa em adultos, mas pode causar consequências mais graves em crianças e idosos.

Reprodução | Wikicommons

Tityus Confluens

Tityus Confluens

Jessé, que também trabalha no Centro de Controle de Zoonoses de Várzea Grande, diz que os chamados para recolher os escorpiões geralmente se intensificam no começo de cada ano. Para evitar o encontro desagradável e potencialmente perigoso, o melhor é manter a limpeza dos locais, não acumular lixo, entulhos ou restos de obras, eliminando os abrigos em potencial.

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"Vedar frestas e vãos em paredes, portais e janelas que possam servir de acesso, usar ralos com tampas ou que possam ser fechados, vedar bem caixas de gordura e fossas, também ajudam a impedir que os animais busquem abrigos dentro das residências, ou até mesmo estabelecimentos em geral", pontuou o biólogo.

Orientações

O Corpo de Bombeiros de Mato Grosso orienta ainda que caso um escorpião seja encontrado, deve-se se afastar do animal e acionar uma guarnição para recolhê-lo. Em caso de picada, a orientação é lavar o local afetado com água e sabão e levar de imediato para um pronto atendimento médico.

É importante lembrar que outros animais como serpentes também podem aparecer com mais frequência nas cidades. Clique aqui para ler.

*Sob orientação da editora Cátia Alves

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