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Brasil Terça-feira, 16 de Novembro de 2021, 17:39 - A | A

Terça-feira, 16 de Novembro de 2021, 17h:39 - A | A

USO PROIBIDO

Remédio abortivo é vendido de forma 'tranquila' nas ruas do RJ

g1

Medicamentos de uso proibido no Brasil estão sendo vendidos em uma das ruas de comércio mais movimentadas do Centro do Rio de Janeiro. Homens vendem cartelas com comprimidos que são utilizados para abortos e pílulas de estimulante sexual sem receita.

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Ao sair do metrô na Estação Uruguaiana é possível ver gente vendendo remédios proibidos no meio da calçada. Em uma rápida caminhada, o RJ1 encontrou cinco homens fazendo este comércio.

Os vendedores se aproximam, principalmente, de mulheres e casais. Um deles oferece Cytotec. O medicamento foi criado originalmente para o tratamento de úlcera, mas também é usado para provocar aborto.

“Quantos meses que está? A gente tem que saber, para a gente poder vender certo”, afirma um dos vendedores.

Eles ditam quantos comprimidos tomar.

“Vamos botar quatro comprimidos aí”, disse.

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E também negociam o preço.

“Para não ficar ruim para tu, dá para fazer a R$ 600”, afirmou.

O homem mostra a cartela com os comprimidos e garante que tudo está dentro da validade. Diante da desconfiança e medo dos potenciais compradores, eles ainda fazem promoção.

“R$ 350 para vocês levarem agora. Pronto, dá? Vocês me adiantam e eu adianto vocês”, encerrou.

Quem circula pelo Centro denuncia o comércio ilegal de remédios.

“Isso é um absurdo. O dia inteiro vendendo ali Cytotec, vendendo Pramil. Substâncias proibidas. Fazem mal à saúde, levam a pessoa à morte. E tem polícia militar, tem guarda municipal, tem civil. Passa todo mundo ali o dia inteiro, o dia todo, e nada é feito. É vendido à luz do dia, na cara dura, sem nenhum tipo de pudor e nenhuma vergonha”, afirmou uma pessoa que trabalha na região.

A venda de medicamentos proibidos também acontece na internet. Em postagens, vendedores fazem anúncios da disponibilidade do remédio.

A produtora do RJ1 se passou por uma compradora em potencial. O vendedor pergunta sobre o tempo de gestação, sobre possíveis problemas de pressão e se toma algum outro medicamento.

Os valores variam entre R$ 500 a R$ 1,1 mil, de acordo com o tempo de gestação. Os vendedores aceitam cartão e parcelam. As entregas são feitas pessoalmente ou pelo correio.

Riscos
Tomar um medicamento por conta própria pode causar sérios danos à saúde. Nos casos mais graves, pode levar à morte. O Cytotec é um medicamento cuja venda direta ao consumidor é proibida. Em alguns casos, o uso só é autorizado com internação no hospital e acompanhamento médico.

“Procura um profissional de saúde, converse sobre isso, e não se deixe levar por medicamentos que são vendidos e que você não tem como recorrer caso alguma coisa aconteça”, afirmou a ginecologista e obstetra Larissa Cassiano, especialista em gestação de alto risco.

Outro remédio vendido nas calçadas do Rio é o Pramil, um estimulante sexual masculino. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou que o remédio não tem registro no Brasil e, por isso, o produto é proibido.

Casos recorrentes
A venda de medicamentos proibidos acontece com frequência na região. Em 2017, aconteceu outro flagrante da venda do Cytotec na Rua Uruguaiana.

Em 2019, outro caso. Um homem diz que tem o remédio e leva o cliente para dentro do camelódromo para mostrar o produto.

Autoridades reagem
A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) afirmou que agentes atuam diariamente na região e que vai enviar uma equipe ao local para verificar a denúncia. A prefeitura afirmou ainda que guardas municipais e agentes da (Seop) só podem atuar se for uma situação de flagrante.

A Polícia Civil disse que investiga a ação de pessoas que vendem medicamentos ilegais no Centro. E que, na última operação, a delegacia da área prendeu três homens. A polícia afirmou ainda que faz fiscalizações e operações em conjunto com a Receita Federal e outras instituições para reprimir a compra e venda de produtos ilegais.

O Twitter afirmou que tem sido cada vez mais pró-ativo em detectar potenciais violações às regras da plataforma. E que, após as denúncias da reportagem, analisou os perfis. As publicações foram apagadas e os perfis suspensos pela rede.

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