O padrasto encontrado morto após supostamente ter agredido, ao lado da companheira, o enteado de quatro anos, era ex-presidiário e cumpria pena por roubo em regime aberto. Segundo apurado pelo g1, Julian do Nascimento, de 32 anos, foi detido após roubar uma bolsa com itens de beleza e um celular em São Vicente, no litoral de São Paulo.
O crime aconteceu em março de 2014, no bairro Esplanada dos Barreiros. Conforme registrado em boletim de ocorrência na Delegacia Sede de São Vicente, Julian e um comparsa usaram um simulacro de arma de fogo durante o assalto a uma pessoa na Rua Eulina Trindade. Eles roubaram uma bolsa roubada com uma chapinha babyliss, escova de cabelo, produto para tratamento capilar e um celular - sendo este o único item recuperado.
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Julian foi condenado a cinco anos e quatro meses de prisão pelo roubo. Ele começou a cumprir a pena no dia 11 de setembro de 2019. Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SPA), em 14 de abril de 2020 o homem deixou o Centro de Progressão Penitenciária de Mongaguá (SP) e passou para o regime aberto.
A Polícia Civil informou que o corpo do suspeito de agredir o menino foi encontrado na rodovia Padre Manoel da Nóbrega, na altura do bairro Parque das Bandeiras, em São Vicente (SP). Ele estava usando um casaco cinza, uma blusa preta e uma bermuda estampada azul. No dia, a corporação identificou o homem apenas como Julian.
Mãe
A mulher suspeita de agredir brutalmente e fraturar oito costelas do próprio filho foi detida, na noite desta quarta-feira (5), em Itanhaém, no litoral de São Paulo. O g1 tentou contato com a defesa da mulher, mas ainda não obteve retorno.
Ela passou por audiência de custódia, nesta quinta-feira (6), no Fórum de Santos. Em rápida conversa com a imprensa, ela negou a acusação e disse que tentou defender o filho das agressões do padrasto.
"Não fui eu. Eu tentei defender ele. Peço perdão ao meu filho por deixar ele ter se envolvido com uma pessoa que era totalmente envolvida com drogas. Quero pedir perdão a ele por não ter feito diferente", disse ela aos jornalistas que estavam de plantão no local.
O caso
Segundo apurado pelo g1, o pai do menino cuidava dele e dos outros dois filhos, mas recentemente perdeu a esposa para o câncer. Por conta disso, a ex-mulher dele e mãe do menino disse que ficaria com as crianças para ajudá-lo a passar por esse momento. No dia 28 de setembro, o menino de quatro anos teria sido agredido pela mãe e pelo companheiro dela.
Após o episódio, o padrasto levou a criança para a casa dos pais dele, que levaram o menino para o hospital. "A mãe do padrasto falou que o filho dela tinha aparecido na casa da família com o menino enrolado em um lençol, e disse que ele [o menino] estava muito mal", explicou a conselheira tutelar Valdelice Alves, em entrevista ao g1.
A conselheira disse ainda que o menino foi reanimado no hospital e contou o que aconteceu para as enfermeiras. "Ele contou que a mãe bateu nele e depois colocou ele no banho gelado. O menino chegou no hospital com hipotermia, por isso foi preciso essa reanimação", explicou a conselheira.
O vídeo feito pela mãe do menino mostra ela falando com ele após as agressões (veja o vídeo abaixo). Ele está sem roupas, encostado na parede e machucado. A mulher diz: "Tá rangindo tu? Tu tá rangindo e tá virando a cabeça? Dentro da minha casa você não vai fazer bagunça. Você não vai fazer bagunça (sic)".
A conselheira tutelar disse que, diante da reação positiva da criança ao ver o pai no hospital, foi tomada a decisão de deixar o menino com ele. Ela disse ainda que o Ministério Público foi informado do caso.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a delegada da Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher de São Vicente não irá falar sobre o caso por se tratar de ocorrência envolvendo um menor de idade.