Os desafios enfrentados na produção e beneficiamento do algodão para uma fibra de qualidade junto aos mercados nacional e internacional compõem o eixo de discussão do Encontro Qualidade de Fibra Mato Grosso, que será realizado nos dias 26 e 27 de maio, no Centro de Eventos da Fatec/Senai, no Porto, em Cuiabá.
Realizado pela Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) e Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt) em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a iniciativa contará com palestra master na segunda-feira (26/05).
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O propósito é sensibilizar sobre a importância de melhorar a qualidade da fibra, a fim de atender da melhor forma possível tanto a indústria têxtil nacional como internacional. Na opinião do presidente da Ampa, Orcival Gouveia Guimarães, o setor está cada vez mais exigente em relação ao produto brasileiro e, por isso, a preocupação com a qualidade do algodão deve ser permanente, inclusive no cenário da competição com as fibras sintéticas.
“É muito importante levar conhecimento e atualização profissional à equipe técnica da cadeia produtiva, além dessa ser uma oportunidade para a troca de ideias e de informações com as indústrias têxteis. Essa é a melhor forma para contribuir para a abertura de novos mercados para a fibra brasileira”, destaca Orcival Guimarães.
Quanto à programação do evento, painéis voltados aos profissionais, especialmente aqueles que atuam nas atividades de manejo do algodão a campo ou no beneficiamento. A programação contempla ainda soluções com foco na redução de alguns contaminantes e melhorias de algumas características da fibra.
Para o setor produtivo, a melhoria da qualidade da fibra passa em curto prazo pelo enfrentamento de quatro desafios: reduzir o conteúdo em fibras curtas, eliminar a presença de pegajosidade, contaminação por plástico e de fragmentos de casca do caroço.
“O Brasil é um dos grandes produtores mundiais, a fibra produzida no país atende o mercado interno e abastece parques industriais do ramo localizados na Ásia”, explica o pesquisador do Instituto Mato-Grossense do Algodão, Jean Belot, especialista em melhoramento genético
Ainda de acordo com o pesquisador, a fibra brasileira tem status de excelente relação qualidade/ preço e é aceita nos mercados mais exigentes. “O desafio é, através de uma melhoria constante de qualidade, assegurar a manutenção do posto de 1º lugar como exportador mundial”, pontua Jean Belot.
O especialista enfatiza ainda que é possível mitigar ou eliminar os problemas, mas adianta que não existe solução única. “Vamos trabalhar a qualidade para estimular ainda mais o crescimento da demanda e sustentar o consumo interno e as nossas exportações de fibra”, complementa.
Panorama Nacional e Internacional
Mato Grosso é o maior produtor individual de algodão no Brasil, contribuindo com 73% da produção nacional, o correspondente a 2,12 milhões de toneladas das 3, 67 milhões de toneladas de pluma de algodão da safra 2023/2024, conforme dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
O país possui a maior produtividade média de algodão do mundo em sequeiro(sem irrigação), 1.857 kg/hectare. Nos últimos anos, o Brasil ficou entre os 5 maiores produtores mundiais, ao lado da China, Índia, EUA e Paquistão. O país foi um dos maiores exportadores de algodão em 2024, superando os Estados Unidos.
A China foi o principal destino das exportações brasileiras de algodão, representando 49% dos embarques. As projeções para a safra 2024/25 indicam um aumento de 5,6% na produção, com um total previsto de 3,89 milhões de toneladas.
Para o segmento algodoeiro brasileiro, o fortalecimento das exportações é uma consequência direta da alta competitividade do algodão mato-grossense, impulsionada por investimentos em tecnologia, qualidade da fibra e ações de promoção do produto no mercado externo.
Com a demanda aquecida e a ampliação de novos mercados, Mato Grosso reafirma sua vocação como maior exportador de algodão do Brasil.