Justamente por estar situado na região central do continente sul-americano e habitado por diversas sociedades garantiram ao estado de Mato Grosso uma miscigenação social e cultural proveniente dos atravessamentos naturais que coexistem nesses espaços fronteiriços. No imaginário da elite brasileira dessa época do século XIX, o território de Mato Grosso pertencia a uma espacialidade nacional que seria uma espécie de Sertão desconhecido, habitado por sociedades selvagens, com mistérios e lendas, extremamente fértil para as viagens científicas da época.
Financiada pelo czar Alexandre I, imperador da Rússia, a viagem foi batizada segundo o nome de seu principal líder, o naturalista Georg Heinrich von Langsdorff. Participaram dela, além de pesquisadores respeitados como Lodwig Reidel, Edouard Ménétriés e Nester Rubtsov, também artistas do porte de pintores Johann Moritz Rugendas, Aimé-Adrien Taunay e Hércules Florence. A viagem percorreu seis estados brasileiros, somando um total de 17 mil quilômetros. Começou em Porto Feliz (SP) e seguiu até o Amazonas, passando por Cuiabá. Partiu com 39 pessoas e terminou com apenas 12. Foram levados diversos achados da terra brasileira para o Império Russo, entre eles animais empalhados, amostra de plantas nativas, mais de 800 documentos e as ilustrações que se localizam na Academia de Ciências de Leningrado (atual São Petersburgo) e que ficaram lá por 100 anos sem serem mexidos. Somente em 1930 o diário de Langsdorff foi “descoberto” e teve uma única publicação em 1998.
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O intuito de produzir um material audiovisual sobre esse espaço tempo em que a expedição esteve em Mato Grosso, trabalhando com as imagens produzidas por ela, cria não apenas um produto material de história e cultura da ancestralidade de Mato Grosso, como também rizomaticamente proporciona um spotlight ao Município de Diamantino e em especial ao Museu Langsdorff como rota para turistas que viajam em busca de conhecimento sobre grandes feitos dessas grandes expedições.
O filme, possui uma equipe 100% do mato-grossense, demostrando o amadurecimento atual do cenário audiovisual estado, além de se preocupar com todos os aspectos de acessibilidade, contando com audiodescrição, libras e legendas descritivas, também pensou em sua circulação possuindo tradução para o inglês, espanhol e francês. Trabalhando com imagens de fauna e flora locais, entrevista de personagens reais e animações, feitas para o documentário e animações com a icnografia produzida pela expedição, o filme cria um registro singular sobre um momento de Brasil/Mato Grosso, extremamente rico, e ainda desconhecido.
A direção está sob a assinatura de Caroline Araújo, documentarista mato-grossense com mais de 25 anos de trabalhos, que entre outros títulos lançou em 2020 “Missivas” codirigido com Mauricio Pinto, em 2023 “A Poética do Agora” em Co – direção com Ângela Fontoura e Marithê Azevedo, e em 2024 “As Aventuras do vale do São Lourenço”. Doutora em Estudos de Cultura do Contemporâneo pela UFMT, Caroline tem sua cinematografia, um foco sobre o espaço onde vive, contando histórias de personagens desses espaços e sobre o cotidiano. “A Expedição Fantástica de Langsdorff” foi o representante mato-grossense no Panorama Brasil da VII Mostra SESC de cinema em 2024 e foi selecionado no edital de licenciamento da Secretaria Estadual de Cultura, Esporte e Lazer financiado pela Lei Paulo Gustavo para ser exibido na rede EBC de comunicação por 02 anos. Agora em abril participou do Pápa International Historical Film Festival, na cidade de Pápa – Hungria.
Serviço:
Título: A expedição Fantástica de Langsdorff
Gênero: Documental
Duração: 30 minutos,
Cor
Formato: 4k
Produtora: Moviemento Production
