O sildenafil, mais conhecido como Viagra, usado no tratamento da disfunção erétil, poderá ser usado na prevenção e tratamento da doença de Alzheimer (DA). é informação foi publicada na revista científica Nature Aging, que mostrou que a prescrição da droga pode reduzir o desenvolvimento desse tipo de demencia. O estudo foi publicado nesta segunda-feira, 6 de dezembro.
A equipe utilizou um novo modelo de abordagem computacional, que cruzou dados genéticos e dados biológicos para construir 13 "módulos de endofenótipos" de doenças com assinaturas biológicas de DA.
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A conclusão foi construída com base em uma prova de conceito (modelo prático) da pesquisa de medicamentos com base em endofenótipos, ou seja, das características mensuráveis que se situam entre a doença e a constituição genética dos indivíduos (genótipo). Dessa forma, a pesquisa analisou dados farmacoepidemiológicos de sinistros de seguro de 7,23 milhões de indivíduos nos EUA.
Como é feito um estudo endofenotípico?
Os 13 módulos obtidos foram mapeados em uma rede ampliada de 351.444 interações "proteína-proteína" humana. Dentro da rede, as proximidades geraram pontos para mais de 1,6 mil medicamentos aprovados pela FDA, onde uma pontuação mais alta significa que aquele princípio ativo interage com vários alvos moleculares dentro dos módulos ligados especificamente ao transtorno.
Após ajustes para idade, sexo, raça e comorbidade da doença, o trabalho resultou em quatro coortes de drogas testadas (diltiazem, glimepirida, losartana e metformina) que, "filtradas" por escores de propensão, confirmaram que o sildenafil está associado de forma significativa com uma redução do risco de DA em todas os quatro conjuntos de medicamentos. Após seis anos de acompanhamento, o uso de sildenafil resultou em redução de 69% nos diagnósticos de DA.
No entanto, como o desenho do atual estudo não consegue demonstrar uma relação causal entre o uso do medicamento e o risco de DA, alertam os autores, estudos mais robustos ainda serão necessários para avaliar a eficácia do sildenafil nesse aspecto.
O Alzheimer afeta centenas de milhões de pessoas no mundo inteiro e atualmente não possui um tratamento eficaz.