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Política Terça-feira, 01 de Julho de 2025, 18:41 - A | A

Terça-feira, 01 de Julho de 2025, 18h:41 - A | A

"DECISÃO APRESSADA"

VÍDEO: Vereador critica saída de Cuiabá de consórcio e cobra planejamento

Parlamentar diz que decisão foi tomada sem estudo técnico e pode prejudicar abastecimento

Maiara Max

Repórter | Estadão Mato Grosso

Fernanda Leite

Repórter | Estadão Mato Grosso

O vereador Daniel Monteiro (Republicanos) criticou a decisão do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), de retirar o município do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Rio Cuiabá. Para o parlamentar, a medida foi tomada de forma apressada e sem um plano de transição, o que pode comprometer o abastecimento de medicamentos e resultar em aumento de compras emergenciais. Durante conversa com a imprensa na manhã desta terça-feira, 1º de julho, Monteiro se disse surpreso com a justificativa apresentada por Abilio para deixar o consórcio.

Um dos motivos apresentados pelo prefeito ao justificar a saída do Município foi de que o consórcio é comandado pelos irmãos Fraga, o ex-deputado Zé Domingos e o ex-prefeito de Nortelândia, Neurilan. Domingos foi um dos políticos filmados recebendo maços de dinheiro do ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Sílvio Corrêa. O escâdalo veio à tona em 2017 e revelou um suposto esquema de pagamento de mensalinho entre o Poder Executivo estadual e deputados estaduais.

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Monteiro, no entanto, minimizou a motivação política apontada pelo prefeito e destacou que a prioridade deveria ser o bom funcionamento do sistema de compras públicas.

“Eu não estava nem sabendo disso, fiquei sabendo ontem pela imprensa [...] se o consórcio estava entregando, como me parece pelos dados que eu detenho, que o consórcio era responsável por 62% das compras de Cuiabá, eu entendo que ele era muito importante porque apresentava mais da metade”, afirmou o vereador.

Segundo ele, uma decisão dessa magnitude exige planejamento para não afetar o fornecimento de remédios à população.

“Não tem como você sair do dia para a noite, como foi feito na minha opinião, de forma açodada. Você precisa fazer um plano de transição. Eu acho que o prefeito tem todo o direito de escolher como e com quem ele vai fazer as compras, mas é preciso o planejamento, porque senão vão começar a acontecer aquelas compras emergenciais que já estão acontecendo”, alertou Monteiro, dizendo que fará um levantamento no fim do ano para avaliar o impacto da medida. 

Questionado sobre a possível influência da ligação familiar entre os membros do consórcio e adversários políticos do prefeito, Monteiro disse que a questão só se sustenta se for comprovado algum prejuízo aos cofres públicos.

“É preciso que o prefeito demonstre que isso está provocando algum prejuízo ao erário [...] se o prefeito está falando que essa é a razão, ele tem que explicar porque essa razão está prejudicando Cuiabá [...] agora, eu não posso falar sobre o que não sei. Não conheço Zé Domingos e só vi o Neurilan uma vez na vida”, concluiu o vereador.

A retirada de Cuiabá do consórcio foi anunciada por Abilio no mês passado. A Prefeitura ainda não apresentou detalhes sobre como pretende reorganizar o sistema de compras públicas sem o apoio do grupo intermunicipal.

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