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Política Quarta-feira, 25 de Junho de 2025, 07:32 - A | A

Quarta-feira, 25 de Junho de 2025, 07h:32 - A | A

ESQUEMA DE EMENDAS

VÍDEO: Mauro diz que CGE não acusa deputados e apenas apontou sobrepreço em emendas

Mendes diz que já foi acusado injustamente e pede cautela em julgamentos

Bruna Cardoso

Repórter | Estadão Mato Grosso

Fernanda Leite

Repórter | Estadão Mato Grosso

Após o site UOL dar repercussão à investigação policial que apontou um suposto esquema de desvio de emendas parlamentares em Mato Grosso na semana passada, o governador Mauro Mendes (União Brasil) afirmou que esteve em reunião com a Corregedoria-Geral do Estado (CGE) e disse que o relatório será disponibilizado para os deputados. A reportagem do UOL listou 14 políticos de Mato Grosso, entre deputados e ex-deputados estaduais, suspeitos de integrarem o esquema. Nesta segunda-feira, 23 de junho, Mauro afirmou que a CGE não fez nenhuma acusação contra os parlamentares.

“A CGE não fez nenhuma acusação a nenhum deputado, ela identificou um sobrepreço e apontou aquilo num relatório, mas ela não entrou no mérito no nome de nenhum deputado. Ela vai disponibilizar esse relatório para a Assembleia Legislativa, que vai poder aferir isso com os próprios olhos”, afirmou.

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Mauro ressalta que é preciso ter cuidado para falarem sobre o assunto sem ter qualquer acusação. Ele também relembrou de quando foi acusado injustamente de crimes, mas que depois foi inocentado. Mendes disse que as acusações trouxeram problemas para a vida dela, mas que foram superados.

“Olha, eu não tive ainda a oportunidade de ver o relatório feito pela Polícia Civil. Obviamente, eu sempre disse isso muitas vezes, eu já fui acusado injustamente e, anos depois, fui inocentado, e não foi uma nem duas vezes. Eu lamento, não gostaria que ninguém passasse por isso. Lá em 2014, quando eu passei por isso, trouxe graves consequências na minha vida, mas, graças a Deus, eu superei”, disse.

Sobre o assunto

A Polícia Civil identificou um esquema criminoso que pode ter gerado prejuízos de até R$ 28 milhões aos cofres públicos por meio do desvio de recursos de emendas parlamentares. A Operação Suserano foi deflagrada em setembro de 2024 e aponta o envolvimento de 14 deputados e 2 ex-deputados estaduais. O dinheiro teria sido desviado por meio da compra de kits agrícolas. A notícia foi publicada pela UOL no último dia 16 de junho.

Os parlamentares são citados como suspeitos nos esquemas após um sócio oculto, Alessandro do Nascimento, ser o beneficiado com as 14 emendas parlamentares. Ele é socio em diversas empresas que receberam as emendas dos deputados da Assembleia Legislativa (ALMT). Após essas descobertas, a delegada Juliana Rado encaminhou o inquérito à Polícia Federal.

Os parlamentares foram os autores de emendas que resultaram em 24 termos de fomento assinados pela Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) com o Instituto de Natureza e Turismo - Pronatur para fornecer kits agrícolas comprados com sobrepreço de R$ 10,2 milhões, segundo a investigação.

A reportagem cita os seguintes políticos:

- José Eduardo Botelho (União), que na época era presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT)
- Juca do Guaraná (MDB)
- Cláudio Ferreira (PL), atual prefeito de Rondonópolis
- Doutor João José (MDB)
- Alan Kardec (PSB), atual secretário de Ciência e Tecnologia da Informação
- Gilberto Cattani (PL)
- Fabio Tardin (PSB)
- Julio Campos (União), ex-governador do estado
- Faissal Calil (PL)
- Ondanir Bortolini (PSD)
- Dr. Eugênio (PSB)
- Wilson Santos (PSD)
- Thiago Silva (MDB)
- Dilmar Dal Bosco (União)
- Carlos Avalone (PSDB)

O deputado Estadual Diego Guimarães (Republicanos) é citado no inquérito, mas não destinou emendas para a compra dos kits agrícolas. 

O deputado estadual Fábio Tardin é citado na reportagem do UOL, mas, em consulta ao Portal Transparência do Governo do Estado, não consta nenhuma emenda encaminhada por ele ao instituto alvo das investigações. "Esclarecemos que o deputado jamais destinou recursos a tal entidade, motivo pelo qual a informação é incorreta e prejudica sua imagem pública", diz nota encaminhada por sua assessoria jurídica.

 

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