O deputado estadual Faissal Calil (Cidadania) desafiou a delegada Juliana Rado a apresentar provas de um suposto esquema envolvendo emendas parlamentares durante o período eleitoral. Ele exigiu provas concretas e negou qualquer envolvimento em irregularidades, afirmando que tudo não passa de uma tentativa de desgastar a imagem de parlamentares e de influenciar o cenário político estadual. O documento, resultado de investigações conduzidas pela Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), indica que o grupo pode ter causado um prejuízo de até R$ 28 milhões aos cofres públicos na compra de kits agrícolas.
“Falta grave também cometeu a delegada. Porque está há quase um ano à frente das investigações e no seu relatório conclusivo de tudo isso, ela afirmou que deputados como eu Avallone, Wilson, Juca que tiveram irmãos que foram candidatos aqui em Cuiabá, destinamos emendas parlamentares e essas emendas serviram para beneficiar os nossos parentes em campanha eleitoral, o que é uma mentira, é uma farsa”, disse Faissal.
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A operação que deu origem ao relatório é a Suserano, deflagrada pela Polícia Civil em 2024 para apurar suspeitas de fraudes na destinação de emendas à Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf-MT). Os kits comprados com os recursos continham equipamentos como roçadeiras, motocultivadores, adubadeiras e perfuradores de solo. A denúncia foi inicialmente feita pelo Governo do Estado à Controladoria-Geral (CGE), que passou a acompanhar o caso.
Faissal criticou ainda a citação de sua irmã, Paula Calil (PL), presidente da Câmara de Cuiabá, dizendo que ela jamais teve qualquer ligação com os kits mencionados. O deputado alegou que há uma tentativa de envolver a Polícia Federal na investigação para justificar medidas extremas, como buscas e apreensões na Assembleia.
“Justamente por encaminhar um processo desse para Justiça e para Polícia Federal para fazer busca e apreensão aqui dentro da Assembleia. Colocando todos nós em maus lençóis. Então, vocês imaginam o tamanho da maldade. É maldade, porque a minha irmã Paula nunca passou perto de um kit desse”, falou.
Outro parlamentar citado, Carlos Avallone (PSDB), também se manifestou indignado. Ele apresentou um requerimento para convocar o controlador-geral do Estado a prestar esclarecimentos sobre os dados presentes na auditoria. Avalone negou que tenha encaminhado qualquer emenda no valor de R$ 10 milhões, como citado no relatório, e afirmou que a informação, além de incorreta, foi replicada por veículos da imprensa nacional e local sem a devida verificação.
“Para afirmar isso, no mínimo ela tinha que ter um indício e não tem indicio. Isso eu falo com todas as certezas e volto a desafiar essa delegada a apresentar provas”, disse o deputado.