O prefeito Abilio Brunini (PL) voltou a criticar a burocracia para promover mudanças que envolvam pessoas em situação de rua em Cuiabá. Nesta manhã de quarta-feira, 4 de junho, ele comentou não poder retirar as pessoas que costumam frequentar o Beco do Candeeiro, no Centro, para usar drogas. A região é cogitada como futuro espaço para vendedores ambulantes, hoje espalhados pela Rua 13 de Junho e que devem ser removidos a partir desta quinta, 5.
“Existe um TAC [Termo de Ajustamento de Conduta] com o Ministério Público que obriga a cumprir uma decisão [...] que obriga a fornecer bebedouros, marmitas, uma série de critérios e nós não podemos tirar nenhuma pessoa da rua, a não ser que a pessoa queira. Ou seja, ocupar o espaço do Beco do Candeeiro, sem ter a condição de tirar as pessoas que estão consumindo drogas no Beco do Candeeiro, não é uma possibilidade viável no momento”, afirmou.
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O prefeito continuou as críticas, afirmando que essa limitação é do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base num problema de São Paulo e que se estende a todas as capitais do país. Ele ainda ironizou a situação, afirmando que é mais fácil a Prefeitura conseguir autorização para fornecer drogas do que solucionar o problema social.
“Então, se as pessoas não quiserem sair, elas não sairão; se elas quiserem ficar lá destruindo a vida delas consumindo drogas, elas não sairão. Eu acho que é mais fácil ter uma possibilidade de a gente dar drogas para as pessoas ficarem no Beco do Candeeiro do que tirar elas de lá”, disparou.
Esta não é a primeira manifestação do prefeito acerca de pessoas em situação de rua e usuários de drogas. Quando ainda era candidato ao cargo, Abilio gravou vídeos com algumas dessas pessoas, levantando a possibilidade de patrocinar passagens de ônibus para elas voltarem às suas terras. O conteúdo não pegou bem e Brunini precisou explicar que não se tratava de higienização social.
Agora, o gestor analisa a proposta do vereador Rafael Ranalli (PL), que sugeriu a transferência dos vendedores ambulantes da 13 de Junho para o Beco do Candeeiro. Esses trabalhadores tiveram sua remoção anunciada pela Prefeitura há 30 dias, também em atendimento a um pedido do Ministério Público do Estado (MP-MT), que pontuou que as barracas estavam impedindo a circulação de pedestres na região.