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Política Quinta-feira, 23 de Setembro de 2021, 11:57 - A | A

Quinta-feira, 23 de Setembro de 2021, 11h:57 - A | A

CPI DA PANDEMIA

Senador sugere prisão de empresário cuiabano durante CPI

Jefferson Oliveira

Repórter | Estadão Mato Grosso

O depoimento do empresário cuiabano Danilo Trento à CPI da Pandemia, no Senado Federal, causou revolta aos parlamentares que participaram da sessão ocorrida na manhã desta quinta-feira (23). Danilo se recusou a responder as perguntas feitas durante a oitiva, o que levou o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) a sugerir a prisão do empresário por se negar a fornecer “informações básicas”.

Os senadores buscavam esclarecer a participação de Trento na compra da vacina indiana Covaxin, além de seu envolvimento com Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, empresa que atuava como intermediária da farmacêutica Bharat Biotech na aquisição do imunizante. A comissão suspeita que ele é "sócio oculto" da empresa.

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No entanto, não foi fácil conseguir qualquer informação de Danilo. O empresário havia sido orientado por seus advogados a manter o silêncio durante o depoimento, pois o empresário já tinha um habeas corpus, concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que lhe permitia ficar em silêncio para não construir provas contra si.

No começo do depoimento, Danilo Trento informou que é diretor-institucional da Precisa e amigo de Francisco Maximiano, o dono da empresa. A partir daí, passou a exercer seu direito de silêncio.

“Peço que já se comece a avaliar a possibilidade de prisão do depoente. O habeas corpus que protege Vossa Senhoria não lhe permite negar informações básicas” disse o senador. Após o pedido, o depoimento foi suspenso por alguns minutos para que Danilo conversasse com seus advogados.

Após o retorno da oitiva, Danilo continuou ignorando algumas perguntas, mas revelou o endereço da empresa Primarcial. O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, apontou que o endereço informado por Danilo é o mesmo de outras empresas de Francisco Maximiano, dono da Precisa.

Outro questionamento que Danilo respondeu é sobre os supostos encontros com membros da família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Trento confirmou que houve encontros, “alguns publicamente, outros em eventos”, citando o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).

Danilo Trento se recusou a responder perguntas sobre a Primarcial. Não disse sequer a finalidade da empresa. Questionado por Calheiros, o depoente também ficou em silêncio sobre a origem dos R$ 900 mil usados por ele para compor o capital da empresa.

Trento não respondeu se a Primarcial foi usada para adquirir imóveis ou outros bens para o grupo empresarial de Francisco Maximiano. O relator da CPI, no entanto, afirmou que a Primarcial recebeu recursos de empresas ligadas a Maximiano.

QUEBRA DE SIGILOS - Sem conseguir respostas para os questionamentos, os senadores aprovaram nesta quinta a quebra dos sigilos fiscal, bancário, telefônico e telemático. Foram quebrados também os sigilos de Gustavo Berndt Trento, irmão de Danilo.

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