O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que pretende impor uma tarifa de 50% sobre produtos vindos do Brasil gerou duras críticas do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União). Para o gestor, a decisão mistura interesses políticos com medidas econômicas e pode trazer prejuízos significativos para ambos os países.
Mauro Mendes avalia que o Governo Federal cometeu “deslizes” ao criticar os EUA no passado, o que pode ter contribuído para a reação americana. “Todos nós sabemos que o governo brasileiro andou falando algumas coisas que irritou os americanos e principalmente o Trump, com relação ao dólar e algumas críticas desnecessárias, e gerou essa situação”, disse.
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Segundo ele, o presidente norte-americano tem um estilo “muito agressivo”, já demonstrado anteriormente contra a União Europeia e a China, e agora volta suas ações ao Brasil. “Ele insistiu muito na tese, e acredito que dificilmente ele vai voltar atrás em um primeiro momento e vamos amargar as consequências”, declarou Mendes. “Por mais que eu ache que ele esteja errado e muitos brasileiros acham isso, ele é o presidente da maior economia do planeta e tem a capacidade de fazer este jogo.”
O governador também criticou o comportamento do presidente brasileiro em declarações públicas. “O nosso presidente fez piadinha falando em jabuticaba. Parece bonitinho aqui dentro, mas vê se os chineses e europeus acham isso”, afirmou.
Embora apenas 1,5% das exportações de Mato Grosso tenham como destino os EUA, Mendes alerta para impactos relevantes no setor madeireiro. “70% do que elas exportam de madeira sustentável e preservando nossos ativos ambientais terão forte impacto”, disse, destacando que a carne bovina terá menor efeito, já que possui alternativas globais de comércio.
"O Brasil está tão ruim nesse momento que até a Venezuela aqui do lado, um país de terceira categoria aí no mercado mundial, um país caloteiro, governado por um ditador, resolveu taxar o Brasil em 77%", disse Mendes, citando que o país está desmoralizado.
Mauro também comentou sobre o direito de Trump de opinar e defender aliados, como o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Eu acho que até os argumentos dele têm uma certa razoabilidade e podem ser levados em consideração, mas ele começa a perder a razão quando mistura política com economia”, avaliou.
Por fim, Mendes reforçou a crítica: “Não dá para penalizar o nosso país, os produtores brasileiros, os importadores americanos, o próprio cidadão americano. E, quando ele mistura política com economia, ele erra gigantemente”.
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