O governador Mauro Mendes (DEM) comentou nesta segunda-feira (20) os motivos que o levaram a assinar uma carta em conjunto com outros 19 governadores, divulgada no último domingo (19), esclarecendo que os constantes aumentos nos preços da gasolina, diesel e gás natural não são motivados pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
O problema da alta do combustível é nacional e tem colocado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os governadores em cabo de guerra. Isso porque o presidente culpa os governadores de aumentarem impostos, ao passo que os governadores culpam a política de preços da Petrobras, que acompanha a cotação do petróleo no mercado externo.
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Na carta, os governadores tentam desfazer a narrativa bolsonarista, que chegou a ser propagada por meio de propaganda oficial da Petrobras.
“Não é possível que não se pode falar a verdade neste país. A Petrobras aumentou em 51% o combustível neste ano e eu não mexi no ICMS, que é o mesmo há mais de 10 anos. O etanol é 12,5% de ICMS e se alguém falar ao contrário é mentira”, afirmou o governador. Na carta, porém, o valor citado é 40% de aumento, aferido nos últimos 12 meses.
Segundo a carta divulgada pelos governadores, uma prova simples de que Bolsonaro tenta inverter a narrativa e reduzir a responsabilidade de seu governo sobre a alta dos preços dos combustíveis é que o ICMS sobre combustíveis não teve qualquer aumento em nenhum estado brasileiro nos últimos 12 meses, enquanto o preço cobrado à população aumentou 40% no período.
“Essa é a maior prova de que se trata de um problema nacional, e, não somente, de uma unidade federativa. Falar a verdade é o primeiro passo para resolver um problema”, diz trecho da carta.
A versão de Bolsonaro sobre o preço da gasolina também foi propagada pela Petrobras, que veiculou propaganda oficial afirmando que o combustível sai das refinarias custando apenas R$ 2. Essa manifestação da empresa colocou ainda mais lenha na fogueira, mas contradiz um comunicado da própria empresa, feito na ocasião do último reajuste, quando a Petrobras revelou que a gasolina deixa as refinarias a um preço médio de R$ 2,78.
Três governadores que são apoiadores do presidente assinaram a carta: Cláudio Castro (RJ), Ibaneis Rocha (DF) e Romeu Zema (MG).