O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), se manifestou contra o fim da distribuição de marmitas às pessoas em situação de rua em Cuiabá, medida proposta pelo prefeito Abilio Brunini (PL). A norma deve entrar em vigor em aproximadamente dois meses. As falas de Perri e Abilio foram feitas na manhã desta sexta-feira, 17 de janeiro.
A proposta também irá proibir que instituições religiosas, associações e voluntários façam doações de marmitas. Também chegará ao fim o contrato com a empresa que foi firmado na gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) de distribuição de comida.
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“A princípio, lamentavelmente eu discordo do prefeito. Não é por esta via cortando a alimentação desse povo que nós vamos tirá-los desse território aqui [...] nós não vamos conseguir êxito em tirar essas pessoas daqui suprimindo as necessidades deles. Como alimentação, qualquer tipo de atenção que a Administração Pública pode fornecer, que eles são territorialistas”, disse Perri.
Abilio pretende restabelecer os locais de refeições, como o restaurante popular e do Centro de Apoio que será desenvolvido.
O desembargador foi questionado se a medida não seria “jogar sujeira para debaixo do tapete”. Ele citou que Cuiabá tem 1.500 pessoas sem situação de rua e que o Estado tem que se preocupar.
“Hoje nós temos, em Cuiabá, mais de 1.500 pessoas em situação de rua, mais de 3 mil no estado. O estado de São Paulo, somente a cidade de São Paulo, segundo os dados, tem mais de 80 mil pessoas em situação de rua. O governo tem que se preocupar com essa população, porque são seres humanos que estão vivendo em situação de muita precariedade. O Ooder Público tem que dar atenção necessária e nós temos que auxiliá-los, inseridos da rede de proteção do Estado”, falou Perri.