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Política Sexta-feira, 20 de Junho de 2025, 07:32 - A | A

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Cattani menospreza a Lei do Feminicídio: “mulher também mata homem”

Maiara Max

Repórter | Estadão Mato Grosso

Fernanda Leite

Repórter | Estadão Mato Grosso

Ao se posicionar contra a Lei do Feminicídio, o deputado estadual Gilberto Cattani (PL) minimizou a violência de gênero e sugeriu que o problema está ligado à “banalização da família”, e não ao machismo. Durante entrevista nesta quarta-feira, 18 de junho, o parlamentar citou dois casos em que homens foram mortos por mulheres, um deles em Cuiabá na semana passada e outro em fevereiro deste ano, em Rondonópolis, para argumentar que a violência não é uma questão de gênero, mas de desestruturação familiar.

“Semana passada, uma mulher matou um homem também a facadas aqui. Pouco se fala sobre isso. Também aconteceu isso em Rondonópolis, não tem muito tempo, foi ainda esse ano. Isso é feminismo? O cara morreu por causa do machismo? Não. Se você olhar quantos homens morrem, também morrem muitos homens, não é questão de ser minoria ou maioria”, afirmou.

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A declaração de Cattani contraria os dados mais recentes do Mapa da Segurança Pública de 2024, elaborado pelo Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), que apontam Mato Grosso como o estado com a maior taxa de feminicídios do país: 2,53 casos por 100 mil mulheres. A Região Centro-Oeste também lidera o ranking nacional, com a maior taxa por região.

Apesar disso, o deputado insiste que a origem do problema está na fragilidade das relações familiares. “É uma coisa fora da regra, é uma coisa fora da curva. Nós temos que ver o porquê que isso acontece. Entendeu? E no meu entendimento é uma questão familiar, questão de respeito à família, questão das pessoas se amarem mais, se gostarem mais. Entendeu?”, disse.

Cattani usou sua própria relação conjugal como exemplo: “Por exemplo, eu não consigo me ver sem a minha esposa. Minha esposa não consegue se ver sem mim. Nós nos amamos, estamos juntos há mais de 30 anos. Isso tem que ser preservado. Isso tem que ser mantido.”

Quando questionado sobre mulheres assassinadas por ex-companheiros inconformados com o fim do relacionamento, o deputado reafirmou que o problema está na forma como os términos acontecem. “Ela tem todo o direito de acabar o relacionamento. Qualquer um tem o direito de acabar o relacionamento, né? Mas tem que ser de uma forma amigável, uma forma amistosa, uma forma que não aconteça esse tipo de tragédia que acontece como aconteceu conosco”, concluiu.

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