O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) afirmou que vai lutar contra a nova demarcação de terras indígenas na região do Araguaia, em Mato Grosso. Em conversa com jornalistas, Cattani afirmou que o governo Lula (PT) “dá migalhas” aos indígenas com essas demarcações, já que as terras continuam pertencendo ao governo federal e há uma série de proibições para seu uso.
Cattani ainda defendeu que os indígenas tenham direito de plantar nas terras demarcadas, praticando agricultura de larga escala.
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“O indígena tem tantos milhões de hectares. Mentira, o indígena em si não tem nem um centímetro quadrado de terra, porque toda a área que é demarcada como reserva indígena, ela pertence ao governo federal. E o indígena vive naquilo das migalhas que ele oferece. [...] O que a gente puder fazer para lutar contra essas questões, nós vamos fazer. Mas, como eu disse, o nosso âmbito é estadual, então a gente tem que se ater àquilo que é a nossa competência”, explicou.
Cattani criticou especificamente a demarcação da terra indígena Kapôt Nhinore, com mais de 360 mil hectares de terras entre Mato Grosso e o Pará. A área projetada da TI deve tomar cerca de 40% do território do município de Santa Cruz do Xingu, o que tem causado grande comoção. Em dezembro passado, a Justiça Federal suspendeu o processo de demarcação
Ao comentar sobre o assunto, Cattani lembrou a convulsão social causada pela demarcação da TI Suiá Missu em 2012, devido à desapropriação de vários imóveis na região.
“Nós temos esses governos de esquerda, que quando estão no poder do nosso país, nós temos exemplos como o Suiá Missu, por exemplo, que foi um desastre ali naquela localidade. Retiraram pessoas que estavam ali há 30, 40 anos, consolidadas em suas áreas, de forma covarde e violenta. E hoje nós vemos ali uma área de terra produtiva [que está] abandonada, onde os indígenas também não podem produzir", disse.
Apesar de se posicionar contra a demarcação de terras indígenas, Cattani defendeu que os indígenas tenham o direito de produzir nas terras demarcadas. Segundo ele, o modelo atual trata os indígenas como se fossem ‘animais de estimação’.
“Querem pegar o indígena e colocar ele numa reserva de mato para ele viver de coco e carne de anta. Ou seja, como se fosse um animal de estimação. [...] Nós temos uma visão que o indígena é uma pessoa como qualquer outra pessoa, um ser humano como nós e que tem os mesmos direitos. Porque o homem branco pode produzir e o índio não pode?”, questionou.