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Política Sábado, 04 de Maio de 2024, 07:23 - A | A

Sábado, 04 de Maio de 2024, 07h:23 - A | A

DIREITOS PELA METADE

Cattani diz que governo Lula dá migalhas a indígenas com demarcação de terras

Apesar de ser contra demarcação de terras, deputado defende que indígenas tenham liberdade para produzir

Bruna Cardoso

Repórter | Estadão Mato Grosso

Fernanda Leite

Repórter | Estadão Mato Grosso

O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) afirmou que vai lutar contra a nova demarcação de terras indígenas na região do Araguaia, em Mato Grosso. Em conversa com jornalistas, Cattani afirmou que o governo Lula (PT) “dá migalhas” aos indígenas com essas demarcações, já que as terras continuam pertencendo ao governo federal e há uma série de proibições para seu uso.

Cattani ainda defendeu que os indígenas tenham direito de plantar nas terras demarcadas, praticando agricultura de larga escala.

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“O indígena tem tantos milhões de hectares. Mentira, o indígena em si não tem nem um centímetro quadrado de terra, porque toda a área que é demarcada como reserva indígena, ela pertence ao governo federal. E o indígena vive naquilo das migalhas que ele oferece. [...] O que a gente puder fazer para lutar contra essas questões, nós vamos fazer. Mas, como eu disse, o nosso âmbito é estadual, então a gente tem que se ater àquilo que é a nossa competência”, explicou.

Cattani criticou especificamente a demarcação da terra indígena Kapôt Nhinore, com mais de 360 mil hectares de terras entre Mato Grosso e o Pará. A área projetada da TI deve tomar cerca de 40% do território do município de Santa Cruz do Xingu, o que tem causado grande comoção. Em dezembro passado, a Justiça Federal suspendeu o processo de demarcação

Ao comentar sobre o assunto, Cattani lembrou a convulsão social causada pela demarcação da TI Suiá Missu em 2012, devido à desapropriação de vários imóveis na região.

“Nós temos esses governos de esquerda, que quando estão no poder do nosso país, nós temos exemplos como o Suiá Missu, por exemplo, que foi um desastre ali naquela localidade. Retiraram pessoas que estavam ali há 30, 40 anos, consolidadas em suas áreas, de forma covarde e violenta. E hoje nós vemos ali uma área de terra produtiva [que está] abandonada, onde os indígenas também não podem produzir", disse.

Apesar de se posicionar contra a demarcação de terras indígenas, Cattani defendeu que os indígenas tenham o direito de produzir nas terras demarcadas. Segundo ele, o modelo atual trata os indígenas como se fossem ‘animais de estimação’.

“Querem pegar o indígena e colocar ele numa reserva de mato para ele viver de coco e carne de anta. Ou seja, como se fosse um animal de estimação. [...] Nós temos uma visão que o indígena é uma pessoa como qualquer outra pessoa, um ser humano como nós e que tem os mesmos direitos. Porque o homem branco pode produzir e o índio não pode?”, questionou.

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