O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), que participou no último sábado (19) de um encontro com lideranças do agronegócio, políticos e empresários para recepcionar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que o principal assunto debatido na ocasião foi a crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, em razão da taxação imposta à importação de produtos brasileiros.
Segundo Abilio, embora o encontro fosse uma confraternização relacionada ao casamento da filha do ex-senador Cidinho Santos (PP), a política naturalmente entrou na pauta. E a preocupação com a taxação de produtos brasileiros pelos EUA, sob influência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi mencionada inclusive por ex-ministros que apoiam o presidente Lula (PT), sendo eles Blairo Maggi (PP) e Neri Geller (Republicanos), ambos ex-ministros da Agricultura e Pecuária.
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“O pessoal começou a falar da preocupação com a taxação imposta pelo Trump, e percebi que até aqueles que apoiam o presidente Lula, como dois ex-ministros que estavam lá, demonstraram preocupação com os reflexos econômicos dessa situação na geopolítica entre Brasil e EUA. O Tarcísio falou, outras pessoas também comentaram, mas ninguém saiu otimista de que isso vá melhorar”, relatou.
Abilio também criticou o uso do termo "nova direita", afirmando que se trata de uma tentativa de grupos oportunistas.
“Não existe esse negócio de nova direita. Sempre teve gente se autodenominando assim. O MBL já fez isso, mas, na prática, são peessedebistas enrustidos. O João Doria, o João Amoêdo, tentaram se opor à direita de verdade. Esses que usam o rótulo de nova direita são oportunistas. Desde que Bolsonaro se posicionou claramente, ou mesmo antes, com figuras como Enéas Carneiro, ficou mais fácil identificar o que é a verdadeira direita”, afirmou.
O prefeito também fez uma análise sobre o espectro político brasileiro, dizendo que hoje há mais clareza na distinção entre esquerda e direita.
“Antigamente havia confusão entre PSDB e PT, mas o PSDB sempre foi de centro-esquerda, enquanto o PT é extrema esquerda. O centro é que oscila, às vezes pende para a centro-direita, outras para a centro-esquerda. Mas direita é direita, e tem valores bem definidos”, concluiu.
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