Encontrar uma mulher que vivenciou violência doméstica atualmente não é difícil, mas, nos últimos dias, uma cidade de Mato Grosso em especial chamou a atenção dos noticiários. Em Rondonópolis (220 km de Cuiabá), os números são alarmantes e indicam aumento nos casos de lesão corporal e ameaça contra mulheres até o mês de setembro de 2021, na comparação com o mesmo período de 2020.
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Dados do Observatório de Segurança da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) apontam que os casos de lesão corporal contra a mulher subiram de 364 ocorrências em 2020, para 417 em 2021, enquanto as ameaças passaram de 822 casos de janeiro a setembro de 2020, para 917 no mesmo período de 2021.
E pode haver ainda mais casos, já que muitas mulheres não denunciam as violências sofridas por uma série de fatores, entre eles o medo. Em entrevista ao jornal Estadão Mato Grosso, a psicóloga Maria Gorete ressaltou que, em muitos casos, os agressores exercem um poder sobre a vítima com promessas e se aproveitam da falta de condições, da vergonha e, ainda, do fato de que muitas mulheres pensam que não terão apoio. Acabam criando uma espécie de 'sequestro emocional', que leva suas vítimas não denunciarem as agressões.
“Os agressores conseguem criar em você uma dependência deles. É como se a vítima tivesse a vida dela sequestrada e ainda tentasse tratar o companheiro bem para ele não fazer pior. É aí que entram os problemas emocionais. A mulher precisa entender que a culpa dos atos dos seus agressores não é dela e que existe sim uma saída, apesar de muitas julgarem que não”, disse a psicóloga, que também é perita técnica judicial e atende mulheres vítimas de violência doméstica.
Outro dado que chama a atenção nos dados é a ocorrência de casos de importunação sexual, que dobrou. De sete importunações em 2020, a cidade passou a registrar 14 casos neste ano. Apesar disso, a quantidade de mulheres que procura a delegacia para denunciar um estupro ficou abaixo da média do ano anterior.
Canais de denúncia
As mulheres têm canais exclusivos de proteção. Em Rondonópolis, o atendimento é realizado pelo número (66) 99937-5462, para o qual a vítima pode enviar mensagens, de áudio ou texto, ou ligar para buscar auxílio da unidade especializada. O telefone recebe mensagens também pelo aplicativo WhatsApp. A delegacia conta ainda com um número fixo, pelo qual as vítimas podem acessar a equipe da unidade: (66) 3423-1754.
A delegada titular da DEDM, Karla Cristina Peixoto, disse que a unidade reforçou o atendimento via telefone para que as vítimas não deixem de buscar auxílio.
“O atendimento às vítimas nas situações em que é necessário o serviço presencial permanece sendo realizado na delegacia. E para o atendimento psicológico, que pode ser realizado por telefone, disponibilizamos o serviço por celular, onde as vítimas podem ligar e tirar dúvidas ou buscar orientação”, esclarece.
Karla reforça ainda que, pela Delegacia Virtual, as vítimas podem fazer o pré-registro de ocorrências como injúria, ameaça, calúnia, difamação, constrangimento ilegal e violação de domicílio no âmbito de violência doméstica. Para validação do pré-registro, a mulher deve ligar, de qualquer cidade para os números informados acima.