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Polícia Quarta-feira, 19 de Agosto de 2020, 02:29 - A | A

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Policiais e peritos terminam reconstituição de crime após seis horas; Assista

O trabalho que é uma das últimas etapas para elucidar o caso que hoje completa 37 dias sem respostas iniciou às 19h33min

Jefferson Oliveira
Cuiabá

Policiais da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), da Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) e peritos oficiais da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) terminaram na madrugada desta quarta-feira (19), a reprodução simulada que matou a adolescente Isabele Guimarães Ramos, 14, no condomínio Alphaville I, em Cuiabá no último dia 12 de julho.

O trabalho - que é uma das últimas etapas para elucidar o caso que hoje completa 37 dias sem respostas - iniciou às 19h33min, com uma policial e uma estagiária da Politec que interpretaram as ações praticadas pela vítima e pela autora do disparo. Para poder realizar o trabalho, policiais civis do Grupo de Operações Especiais (GOE) realizaram três barreiras para impedir o acesso de terceiros próximo a casa onde aconteceu o crime.

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A reprodução simulada começou com a presença dos advogados dos envolvidos, membros do Ministério Público Estadual (MP-MT), delegados, o empresário dono do imóvel e do adolescente dono da arma, que também é namorado da autora do disparo. A mãe de Isabele preferiu não acompanhar a simulação, mas, em entrevista, disse que refazer a cena do que aconteceu naquela noite, seria  fundamental para ela tentar entender o que de fato aconteceu na casa onde a sua filha foi morta.

Em um grupo de Whatsapp essa semana, Patrícia Hellen Guimarães Ramos, chegou a escrever que jamais esquecerá a cena de sua filha morta e estirada no chão do banheiro e que, ao perguntar para várias pessoas da casa o que teria acontecido, só recebia um "não sei" dos presentes na hora do crime.

“Quando me deparei com a terrível cena – que jamais sairá da minha memória - da minha filha estirada ao chão do banheiro, já sem vida, perguntei incansável e desesperadamente a todos que ali estavam – e eram muitos – e o que recebi de resposta foi apenas um: “não sei”… “não sei”!! E assim, nada me foi explicado”, detalhou Patrícia na mensagem.

Após um longo tempo de trabalho investigativo, a reprodução do disparo que matou Isabele começou às 23h59min de terça-feira (18). Nove minutos após o primeiro disparo, novamente se ouviu outro tiro e às 00h10min desta quarta-feira um terceiro disparo foi ouvido na casa do empresário. Uma quarta e última simulação do disparo que acertou a cabeça de Isabele foi realizado às 00h17min.

O delegado que preside o inquérito, Wagner Bassi Junior, busca com a simulação comparar os depoimentos prestados com o laudo apresentado pela Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec). Duas contradições foram apresentadas entre o laudo oficial e a versão apresentada pela adolescente autora do disparo.

A garota relatou na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que o tiro teria acontecido quando a arma, uma pistola calibre 380 teria caído no chão e, ao levantar o objeto, provalmente apertou sem querer o gatilho, realizando o disparo, mas que não se lembrava de fato o que aconteceu. A adolescente ainda depôs que ela estava do lado de fora do banheiro e a amiga Isabele dentro do cômodo quando aconteceu o tiro.

No entanto, os laudos de balística e de local de crime apresentados pela Politec, apontam que a arma seria incapaz de realizar o disparo sem o acionamento do gatilho e que para que o mesmo fosse acionado, seria necessária uma força média de 2,061 Força (kgf). Já o laudo de local de crime, diz que o tiro em Isabele partiu a uma curta distância de 30cm a 40cm e que a adolescente suspeita de ter atiradocestava no banheiro e de frente para a vítima quando aconteceu o fato.

Os trabalhos policiais e periciais se encerraram às 01:46min, após mais de seis horas de reprodução simulada, e todos os atos que compõem a reprodução foram registrados em imagens (fotografia e vídeo) pela Politec. A reconstituição contou com um grupo de 82 profissionais entre investigadores, escrivães, delegados e peritos que atuaram na execução das ações. Pela Politec participaram quatro peritos criminais, um servidor da área meio e uma estagiária.

A partir de agora, os delegados Wagner Bassi  e Francisco Kunze irão analisar se serão necessários novos depoimentos. Bassi estima que a conclusão do inquérito deva ocorrer em dez dias após o laudo pericial da reprodução. Este prazo pode variar de acordo com a complexidade do ato. Terminado esse trabalho e sanada todas as dúvidas existentes ainda, será feito o relatório de conclusão do inquérito policial, bem como do Auto de Apuração do Ato Infracional.

*Nomes dos envolvidos preservados em cumprimento ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

Álbum de fotos

Assessoria - PJC

Assessoria - PJC/MT

Assessoria - PJC/MT

Assessoria - PJC/MT

Assessoria - PJC/MT

Gilberto Leite | Estadão Mato Grosso

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