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Polícia Quarta-feira, 12 de Agosto de 2020, 08:33 - A | A

Quarta-feira, 12 de Agosto de 2020, 08h:33 - A | A

DENÚNCIA

Policiais do Bope teriam deixado informante fugir para executar criminosos

Os advogados relataram na denúncia que o grupo era composto por nove pessoas divididas em três veículos

Jefferson Oliveira
Cuiabá

Uma denúncia protocolada no Ministério Público Estadual (MPE) pelos advogados Givanildo Gomes e Waldir Caldas afirma que policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) não trocaram tiros com os seis criminosos que foram mortos no dia 29 de julho no bairro Iamaraty em Cuiabá, e sim executaram os suspeitos.

Os advogados tomaram conhecimento da situação, após dois de seus clientes que estavam envolvidos no suposto confronto terem escapado e contado detalhes do que de fato aconteceu no local. Segundo as vítimas que temem pela sua vida, o bando iria roubar uma chácara na região quando foi interceptado pelos policiais do Bope.

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Os advogados relataram na denúncia que o grupo era composto por nove pessoas divididas em três veículos. Um dos membros do grupo seria informante dos policiais do Bope e estaria sozinho em um carro, a frente do Corolla e do Uno que foram metralhados.

Os sobreviventes alegam que quando o informante passou pelos policiais e deu o sinal, os militares saíram do matagal com roupa camuflada e começaram a metralhar os veículos que estavam os demais integrantes que participariam do roubo.

Na denúncia ainda feita pelos juristas, diz que não houve sinalização, voz de parada, abordagem ou identificação por parte dos policiais.

Conforme já divulgado pelo Estadão Mato Grosso, um sargento da PM e pai do jovem Leonardo Vinícius de Moraes Alves, de 24 anos, também morto no confronto com o Bope, no dia dos fatos colocou em dúvida se realmente houve troca de tiros ou apenas uma execução por parte dos agentes de segurança.

Em resposta ao sargento, um policial do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) o repreendeu por duvidar da ação policial.

“Ei (sargento), eu sei que morreu teu filho mano, não estou querendo que você fique feliz não, mas não vem com essa parada de supostamente não. Não coloca o Bope em cheque não beleza? Valeu”, respondeu o policial da tropa de elite da Polícia Militar no Estado.

Já no final da tarde de quarta-feira (29), a Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) identificou além Leonardo, os demais envolvidos mortos na troca de tiros. Foram identificados o policial militar Oacy da Silva Taques Neto, André Felipe de Oliveira Silva, Gabriel de Paula Bueno, Jhon Dewyd Bonifácio de Lima e William Diego Ribeiro Morais.

O confronto:

De acordo com capitão Layon Lomanto de Queiroz do Bope, a participação da população por meio do disque-denúncia foi fundamental para que os policiais chegassem aos criminosos.

A partir desta denúncia, os policiais conseguiram chegar aos criminosos que estavam em dois veículos, em uma estrada vicinal no bairro Itamaraty, na capital, nos fundos do condomínio Belvedere II. Um dos carros utilizados pela quadrilha seria um Toyota Corolla blindado e outro Fiat Uno que foi alugado para cometer os crimes.

“Com base nessa informação prévia que obtivemos viemos para o local e fizemos as diligências e encontramos estes veículos. Ao descermos da viatura para abordá-los fomos recebidos a tiros e revidamos a injusta agressão. Todos os criminosos foram baleados e mortos e nenhum policial ficou ferido”, detalhou o capitão após o ocorrido.

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