O empresário Marcelo Martins Cestari, indiciado por quatro crimes na morte de Isabele Guimarães Ramos, contratou o renomado médico legista, Fortunato Antônio Badan Palhares, conhecido como Badan Palhares, para contestar o laudo da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec) e encontrar falhas no inquérito policial. Graduado na Unicamp, o médico - que possui 75 trabalhos científicos em congressos no Brasil - ficou nacionalmente conhecido por atuar no caso da morte de PC Farias e apontar que no local aconteceu um crime passional.
Em seu laudo, Badan atestou que Suzana Marcolino matou o marido Paulo César Farias (PC Farias) e em seguida tirou a própria vida. A motivação do crime segundo o legista, foi o fato de PC estar querendo terminar o relacionamento com Suzana.
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A versão do legista foi nacionalmente contestada e, após um longo trabalho, concluiu-se que o laudo de Badan apresentava diversas falhas. Um dos erros grosseiros cometidos pelo legista foi em relação à altura da vítima e atiradora. Um perito da USP comprovou que para a versão de Badan ser aceita, Suzana teria que ter dois metros de altura para combinar o trajeto da munição com a perfuração em seu corpo, sendo que a mulher media 1,57m.
Outro fato que Badan concluiu e que acabou sendo derrubado é a hipótese de suicídio, já que não havia manchas de sangue de Suzana na arma do crime. Após seu laudo apresentar erros grotescos e não ter sido aceito, a Polícia Civil reabriu o inquérito e descobriu que oito pessoas participaram da morte do ex-tesoureiro do presidente Fernando Collor, que estava prestes a fazer uma delação.
George Sanguinetti, um dos peritos que derrubou a versão de Badan alegou que o colega de profissão cometeu uma fraude.
“Este laudo é uma fraude"; "o laudo do professor Badan tecnicamente é errado, é falho e sua conclusão embasa uma fraude"; "ele cometeu um crime de falsa perícia"; "o laudo oficial é uma ficção”, disse à época.
Badan chegou a se inconformar com as acusações e entrou na justiça contra George, mas em 2018 o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) acolheu recurso da defesa de Sanguinetti e julgou improcedente a ação de indenização por danos morais que o legista movera contra ele.
Para completar, o TJSP impôs a Badan a sucumbência de pagamento das custas e despesas relativas ao processo e dos honorários do escritório do defensor de Sanguinetti.
O legista contratado pela família Cestari também foi alvo da CPI do narcotráfico. O legista passou a ser investigado após emitir laudos que, segundo a comissão, teriam tido erros propositais, para favorecer o crime organizado.