Às vésperas da Cúpula do Clima de Glasgow, a COP-26, Mato Grosso terá mais novidades para apresentar às principais lideranças mundiais do que o restante do Brasil. Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) segue falando que precisa de dinheiro internacional para fazer alguma coisa pela preservação ambiental, que não faz, o governo estadual resolveu arregaçar as mangas e ‘dobrar a meta’ proposta pela Organização das Nações Unidas. Lançado nesta segunda-feira, 25 de outubro, o Programa Carbono Neutro MT prevê zerar as emissões de gases do efeito estufa em Mato Grosso até 2035, 15 anos antes da meta global (2050).
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Não se trata de uma ação puramente política, já que seu principal efeito é econômico. Ao ‘arregaçar as mangas’ e fazer antes de pedir dinheiro, Mato Grosso age para defender seu espaço no mercado internacional, principalmente de commodities agrícolas, o carro chefe de nossa economia.
Tal posicionamento é cobrado até mesmo pelos empresários brasileiros, que recentemente assinaram um manifesto intitulado “Empresários pelo Clima”. No documento, eles pedem a criação de um “arcabouço político-regulatório”, como parte do compromisso de firmar ações eficazes para a preservação do meio ambiente e o cumprimento das metas de combate ao desmatamento ilegal.
O mundo precisa acelerar sua mudança para uma economia de baixo carbono, que vem sendo construída a passos muito lentos para evitar um aquecimento acima de 1,5ºC em relação ao período pré-industrial. O Brasil sempre foi uma liderança nesse movimento, como mostram nossa matriz energética - uma das mais limpas do planeta -, a legislação ambiental avançada e nossas tecnologias agrícolas de ponta, que permitem cultivar mais em menos espaço. E apesar de todos os esforços contrários, o Brasil ainda preserva 2/3 de suas matas nativas.
Importante ressaltar que a comunidade global cobra do Brasil apenas o respeito ao nosso próprio Código Florestal, que já é um dos mais modernos do mundo. Para uma boa parcela de agricultores, cumprir a lei não é tão difícil. Afinal, o desmatamento ilegal só beneficia grileiros e o tráfico de madeiras e outras riquezas naturais. Só que é esse justamente o desmatamento, desenfreado e estimulado por agentes do governo federal, que responde por cerca de metade das emissões de carbono do país.
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Enquanto Mato Grosso larga na frente ao adotar um programa de neutralização de carbono mais arrojado do que a proposta inicial, o governo federal trabalha para esconder do documento que encaminhará à COP-26 os recordes de desmatamento e queimadas registrados no restante do País. Certamente voltará a culpar europeus, asiáticos ou qualquer outro pelos crimes ambientais que aqui são cometidos. Ou dirá que precisa de dinheiro para fazer alguma coisa.