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Opinião Quinta-feira, 04 de Novembro de 2021, 06:00 - A | A

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EDITORIAL - 04/11/2021

Um mundo quebrado

Da Editoria

Editoria | Estadão Mato Grosso

A pandemia de covid-19 é, de longe, um dos maiores males que atingiu a humanidade no último século. A doença causada pelo coronavírus já matou mais de 5 milhões de pessoas no mundo, das quais 608 mil só no Brasil, mas o prejuízo vai além disso. A crise sanitária causou um colapso econômico mundial e prejudicou o desenvolvimento intelectual e profissional de uma geração de jovens, que foram privados do estudo de qualidade para poderem resguardar a própria vida. A desigualdade social avançou de forma avassaladora, levando milhões para baixo do patamar da miséria.

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Era de se esperar que a humanidade tivesse aprendido lições uma tragédia tão grande, de forma a enfrentar melhor uma crise semelhante que certamente virá no futuro. Só que, ao que tudo indica, a história não é bem assim. O mundo não aprendeu com a pandemia, alertou o Conselho de Monitoramento de Preparação Global (GPMB, na sigla em inglês), em relatório publicado na última semana de outubro.

Se o primeiro ano da pandemia de Covid-19 foi definido por um fracasso coletivo em levar a sério a preparação e a agir rapidamente com base na ciência, o segundo ano foi marcado por profundas desigualdades e um fracasso dos governantes em compreender nossa interdependência e agir de acordo. Uma mostra disso é o abismo criado na distribuição de vacinas pelo mundo: até 20 de outubro, 63% da população dos países mais ricos já havia sido vacinada, enquanto nos países pobres esse índice mal chega a 4,5%.

Porém, não se trata apenas de uma questão de distribuição de vacinas. O relatório aponta que o mundo está ‘quebrado’, pois os países trabalham de forma desigual, polarizada e descompromissada com problemas que ultrapassam suas fronteiras. O retrato pintado pela organização é de um mundo em que cada um só se preocupa com seus próprios problemas, sem se importar como o vizinho é afetado.

A preparação para a próxima pandemia - que, segundo o relatório, é apenas uma questão de tempo até eclodir - exige a criação de um sistema global de resposta a crises, além de maior cooperação entre os estados. Este, aliás, é o desafio que se impõe também diante da crise climática. Décadas de fóruns globais não levaram a um acordo entre as maiores potências para garantir a cooperação pelo futuro do planeta.

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Aprender as lições trazidas pela pandemia é um dever moral que temos com os milhões de mortos e de famílias enlutadas. Tamanha dor e sofrimento não pode ser em vão. O mundo precisa de mais cooperação para que haja esperança de futuro da humanidade.

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