Quem esperava viver 2020 desta forma? Quem apostaria em um cenário tão impactante e assustador ao mesmo tempo? Sem dúvidas, surpreendente, de forma negativa. Muitos perderam empregos, empresas, vidas. Muitos viram sua saúde mental e emocional deteriorar à medida que o tempo passou e a pandemia não.
Estamos finalizando o ano, ainda sem enxergar com uma certa segurança quando exatamente as coisas voltarão ao “normal”. Quero, porém, convidá-lo a uma reflexão. Este cenário desafiador não termina dia 31 de dezembro às 23h59. Certo?
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Pois independente do momento exato em que nos sentiremos novamente seguros para conviver livremente com amigos, familiares, colegas de trabalho, a verdade é só uma: não sabemos quando essa pandemia terá fim e, tampouco, sabemos quando precisaremos lidar com outra.
Além disso, todos nós sabemos que a qualquer momento nossas vidas podem mudar pelos acontecimentos que fazem parte da natureza humana: divórcios, perdas financeiras, perdas de entes queridos, doenças graves, tragédias naturais. Neste momento você pode estar se perguntando: nossa, que artigo mais deprimente! Mas eu te convido a continuar lendo, para entender meu ponto.
Eu já passei por diversos desafios em minha vida. Minha família passou por grandes dificuldades financeiras durante a minha infância. Já me divorciei. Já perdi uma gravidez muito desejada. Já vi minha empresa em situação financeira extremamente difícil. Já tive câncer.
E eu aprendi, por tudo isso, que o segredo está em parar de esperar por uma vida só com momentos felizes e começar a aprender o “como” devemos passar por tudo isso. Como devemos agir e reagir diante de cada desafio, precisa ser a prioridade de cada um de nós. Quando aprendemos essa lição, as adversidades passam a ser momentos de grande oportunidade para aprender, reconectar, empatizar, transformar.
Óbvio que junto do aprendizado existe sofrimento, porque a dor é real, porque assim é a existência humana. A pandemia foi um convite a vivermos juntos, como humanidade, a dor. A dor da perda do controle, a dor da perda da proximidade com quem tanto amamos, a dor da perda de pessoas queridas, a dor da perda financeira, a dor da perda da liberdade. Uma dor como outra qualquer, que já vivemos de forma individual.
E assim seguiremos, dessa pandemia para outros dramas que a vida fatalmente nos apresentará. Como você quer conviver com a realidade como ela é? Negando aprender e esperando o primeiro minuto do novo ano, quando tudo deverá estar “bem novamente”? Esperando pela vacina ou pelo remédio que cure a doença?
Todos desejamos o fim desta pandemia, do que ela representa de risco às nossas vidas. O que temos que transformar é a ideia ingênua de que há um “fim” para as dores da vida. Aprendamos a viver entre a dor e o prazer, dos momentos difíceis aos momentos de glória, com humildade, gratidão, desejo genuíno de crescer. Este é o espírito de quem se torna resiliente, preparado para ser feliz apesar das circunstâncias.
Não espere para se sentir pleno e feliz em um futuro idealizado. Faça isso agora, com aquilo que está vivendo neste exato momento.
* LORENA LACERDA é coach e mentora de executivos.