Há centenas de anos as conquistas alcançadas pelas mulheres são amplamente festejadas, posto que nascem de muitas lutas, muita resiliência, muita determinação e vontade de mudar o cenário da desigualdade de gênero que assola a humanidade desde os seus primórdios.
Diante disso, das mínimas às mais grandiosas, as vitórias que as mulheres alcançam com posições e direitos junto a Sociedade são fruto de muita UNIÃO, porque sem a vontade somada não seria possível galgar o espaço que se vem conquistando nos “universos masculinizados”.
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Daí nasceu uma das mais novas expressões do vernáculo, que sequer encontra-se incluída em todos os dicionários da língua portuguesa: SORORIDADE. Que em resumo se refere a união e solidariedade entre as mulheres como forma de combate a opressão, violência e exclusão do gênero feminino.
Como mulher, advogada, esposa, filha, irmã e amiga, coloco em prática a sororidade no meu âmbito de convivência, porque sei exatamente o que é ser mulher, e sofrer os ultrajes de um processo discriminatório conjuntural de uma Sociedade que prega e age de forma totalmente antagônicas.
É mais fácil entender a realidade que as mulheres sofrem no mercado de trabalho e na Sociedade em que convivem, sendo uma mulher, porque o sentimento que se desperta no âmago mais profundo do ser, somente se aflora sofrendo a dura realidade das batalhas que se tem que travar simplesmente por ser mulher. Mas isso não exclui a luta e a sensibilidade irmanada que os homens de bem tem para conosco, quando se somam às nossas lutas e reivindicações, e são muitos os que nos enxergam como merecedoras dessa atenção e dessa dedicação.
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O que causa imensa estranheza é a ausência dessa compaixão e desse sentimento de solidariedade feminina quando vemos uma mulher na contramão desse ideário de igualdade de gênero, posto que a luta beneficia a todas as mulheres, e edifica uma Sociedade mais justa e ética.
Nesta toada, a disputa eleitoral para a Presidência da OAB/MT nos trouxe uma reflexão, que, para muitos, poderia estar defasada, ultrapassada e mitigada, mas a realidade se mostrou muito diferente do ideário de uma sociedade justa sob o espectro da igualdade de gênero.
Eis então que surge a oportunidade de se praticar a sororidade pois uma mulher tem a galhardia de concorrer à Presidência da OAB/MT e se mostra favorita na disputa, o que desperta em todas nós mulheres um sentimento altivo de representatividade e esperança de que a igualdade de gênero cada vez mais se consolide.
Contudo, em que pese termos na OAB o dever legal de paridade, o que significa que metade dos candidatos a cargos políticos devem ser mulheres, quando exsurge essa oportunidade de ecoar a sororidade e de se enaltecer a coragem de uma mulher disputar a Presidência da OAB/MT de forma limpa, transparente, com histórico de trabalho prestado pela advocacia, a realidade vivenciada nos entristece, sobremaneira.
A busca do poder pelo poder tem demonstrado que o interesse pessoal simplesmente transcende o bom senso e o despertar da sororidade. No grupo opositor, onde metade das candidatas é mulher, estamos vendo o desenrolar de uma campanha que se resume a ataques a pessoa da candidata a Presidente, alcunhando-a de marionete, desprestigiando sua personalidade, sua história, suas lutas, e isto somente por ser mulher.
É extremamente repugnante que, em um universo social onde convivem somente advogados e advogadas tenhamos externalizações dessa natureza que diminuem a figura da candidata a Presidente somente por ser mulher, sem sequer lhe considerar os atributos necessários para o pleno exercício do cargo e da representatividade.
Por isso, além de esclarecer e conceituar superficialmente a expressão “sororidade”, este artigo tem a pretensão de contribuir com a reflexão de todas as mulheres advogadas do Estado de Mato Grosso, pois temos a oportunidade única de eleger a segunda mulher Presidente da nossa Seccional, em um momento ímpar para a concretização da igualdade de gênero.
A Sororidade está ecoando na porta de todas nós, clamando por irmandade e solidariedade com uma mulher que é advogada, mãe, esposa e candidata a Presidente da OAB/MT, que está dedicando seu tempo precioso de vida para escrever uma história diferente para todas nós, por todas nós, em conjunto com todas nós.
As eleições ocorrerão dia 26/11/2021, e esta é a oportunidade de escrever uma nova história e com novos rumos, e fica aqui o meu clamor pela sororidade.
* Jaqueline Larréa é advogada.