Um rascunho de acordo da COP26, a conferência climática das Nações Unidas que está sendo realizada em Glasgow, foi divulgado na manhã desta quarta (10).
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A versão final do documento ainda está sendo negociada. Representantes dos quase 200 países presentes na COP ainda devem tentar chegar a um acordo sobre um texto final a tempo do fim da conferência, que vai até sexta (12).
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De forma geral, o rascunho pede aos países que apresentem promessas melhoradas no próximo ano para combater as mudanças climáticas, mas não confirma se isso se tornará um requisito anual. É possível que essa decisão fique para a COP27, que será realizada em 2022 no Egito.
Os participantes não serão obrigados juridicamente a cumprir as promessas feitas, mas a proposta final terá o peso político dos quase 200 países que assinaram o Acordo de Paris de 2015.
Veja, abaixo, os principais pontos do rascunho por tema:
Emissões
O projeto menciona a necessidade de reduzir as emissões em 45% até 2030 em relação aos níveis de 2010 e atingir “zero líquido” em meados do século. Isso exige que os países joguem na atmosfera apenas a quantidade de gases de efeito estufa que possa ser absorvida novamente por meios naturais ou artificiais.
A proposta ressalta a preocupação de especialistas e ativistas climáticos de que existe uma lacuna entre as atuais promessas de cada país e os rápidos cortes de emissões que são necessários para evitar que o mundo entre em uma crise climática total.
Por isso, o rascunho pede aos países que "revisitem e fortaleçam as metas de 2030 em suas contribuições nacionalmente determinadas, conforme necessário para se alinhar com a meta de temperatura do Acordo de Paris até o final de 2022".
Sob o Acordo de Paris, países do mundo inteiro concordaram em limitar o aquecimento global a bem abaixo de 2ºC acima dos níveis pré-industriais, com o máximo de esforços para limitá-lo a 1,5°C.
Uso de combustíveis fósseis e financiamento
O rascunho também pediu os países que acelerem os esforços para parar a queima de carvão e eliminar, gradualmente, os subsídios aos combustíveis fósseis – visando diretamente o carvão, o petróleo e o gás, que produzem dióxido de carbono (CO2), o principal contribuinte para a mudança climática causada pelo homem. Uma data para essa eliminação, entretanto, não foi definida.
O texto também não fala sobre as demandas dos países mais pobres aos mais ricos por mais dinheiro, para enfrentar as mudanças climáticas e reduzir as emissões de CO2. O rascunho diz que mais financiamento precisa ser feito em forma de doações – e não de empréstimos –, mas não inclui um novo plano para entregar esse dinheiro.
Os países ricos não conseguiram cumprir a promessa feita em 2009 de dar aos países mais pobres US$ 100 bilhões por ano (cerca de R$ 550 bilhões) em financiamento climático até 2020.
Reações de ambientalistas
O grupo de campanha ambiental Greenpeace considerou o rascunho uma resposta inadequada à crise climática, chamando-o de "um pedido educado que os países talvez, possivelmente, façam mais no próximo ano".
O grupo de pesquisa Climate Action Tracker (CAT, na sigla em inglês) disse, na terça (9), que, se todas as promessas apresentadas até agora para reduzir os gases de efeito estufa até 2030 forem cumpridas, a temperatura da Terra ainda deve subir 2,4°C em relação aos níveis pré-industriais até 2100. Hoje, essa trajetória está rumo aos 2,7ºC de aquecimento.