A Polícia Federal fez pedido de prisão temporária contra os alvos da Operação Chapéu de Palha, deflagrada nesta manhã de quarta-feira, 9 de dezembro. O pedido foi negado pela Justiça Federal, que determinou apenas o cumprimento de mandado de busca a apreensão. A ação investiga fraudes em licitação e pagamento de propina por meio de realização de eventos e tem como alvo os deputados estaduais Ondanir Bortolini, o “Nininho” (PSD) e Dilmar Dal Bosco (DEM), o deputado estadual em exercício, Romoaldo Júnior (MDB), e o ex-deputado estadual Mauro Savi (DEM).
O processo tramita sob segredo de justiça, o que dificulta o acesso aos motivos pelos quais a Polícia Federal requereu a prisão dos envolvidos. Pelo mesmo motivo, também não é possível saber, neste primeiro momento, quais foram os ponderamento do desembargador da Justiça Federal, Olindo Menezes, para negar o pedido.
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Documento que a reportagem teve acesso mostra os itens a serem apreendidos de acordo com a decisão do desembargador. Olindo determinou a apreensão de agendas, planilhas, anotações, recibos, tablets, smartphones, notebook, HDs, laptops, pendrive, CDs, DVDs e agendas eletrônicas.
O magistrado também elencou na lista de apreensões a arrecadação de valores em espécie, seja em Real ou outra moeda, que ultrapasse o montante de R$ 10 mil. Documentos, numerário e equipamentos também integram a lista.
O sistema da Justiça permite acessar poucas informações acerca do caso, mas, já é possível saber que o caso se trata da suposta prática de crimes de enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e ocultação de bens, direitos ou valores. Já um documento ao qual a reportagem teve acesso elenca também os crimes de organização criminosa, peculato e corrupção ativa e passiva.
Informações veiculadas pela imprensa apontam que as investigações são baseadas em relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A informação, entretanto, não pode ser confirmada, já que o processo tramita em segredo de justiça.
A operação Chapéu de Palha foi deflagrada nesta manhã, com policiais federais cumprindo os mandados nos gabinetes dos deputados estaduais, assim como outros imóveis ligados a eles.
Os policiais também cumprem mandados na Prefeitura de Itiquira (422 km de Cuiabá), onde Nininho já ocupou o cargo de chefe do Executivo e que hoje está sob o comando de seu irmão, Humberto Bortolini.
Ao todo, são 39 mandados de busca e apreensão em 11 municípios de Mato Grosso e um no estado de São Paulo. Aqui, a PF realiza seu trabalho nas cidades de Alta Floresta, Alto Taquari, Cuiabá, Dom Aquino, Itiquira, Jaciara, Juscimeira, Rondonópolis, São Pedro da Cipa, Sinop e Várzea Grande. Em São Paulo, a operação ocorre no município de Votuporanga, no interior do estado, a 522 km da capital. São 130 policiais cumprindo as ordens judiciais.
Inicialmente, o levantamento das informações contou com a participação da Controladoria-Geral da União.
As assessorias de imprensa dos deputados Nininho e Romoaldo informaram não ter um posicionamento oficial ainda acerca dos fatos. A reportagem tentou telefonar à assessoria do deputado Dilmar Dal Bosco, mas a chamada não foi completada.