Em uma ação inédita voltada à inclusão educacional, a Escola Técnica Estadual de Educação Profissional e Tecnológica de Cáceres “Professor Adriano Silva” testou nesta semana uma nova metodologia de ensino pensada especialmente para mães atípicas — mulheres que têm filhos com deficiência.
O projeto-piloto foi realizado com um grupo reduzido de participantes para permitir um acompanhamento mais próximo e aprofundar a análise dos impactos, desafios e possibilidades de replicação do modelo. A proposta busca garantir que essas mulheres possam acessar a formação profissional de forma acessível, acolhedora e adaptada às suas realidades.
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A iniciativa é fruto de uma parceria entre a ETEC e o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Cáceres. Enquanto as mães participaram de uma capacitação sobre saúde mental, conduzida pela professora mestre Luana Ferreira, seus filhos foram acolhidos em atividades lúdicas organizadas por professores da própria escola — Anderson (Artes) e Jacinildo (Educação Física).
“Ver uma escola técnica se abrir para a realidade das mães atípicas é um avanço que precisa ser celebrado”, afirma Cícera, representante do Conselho. “Essa ação mostra que é possível construir políticas públicas de educação com base na escuta, no respeito e na inclusão. A gente espera que isso inspire outras instituições.”
Para o diretor da ETEC de Cáceres, Douglas Castrillon, a ausência de uma rede de apoio é uma das principais barreiras que impedem mães e pais de pessoas com deficiência de estudar ou trabalhar. “Essa metodologia busca justamente romper esse ciclo de exclusão e garantir acesso real à educação e à autonomia”, destaca.
O professor Gedson Kempe, coordenador de desenvolvimento educacional da escola, também reforça a importância da proposta. “Estamos olhando para a pessoa como um todo. Garantir suporte para essas mães é também garantir seu direito à formação, ao crescimento pessoal e à dignidade”, afirma.
A escola também se comprometeu a apoiar outras ações do Conselho, como a realização de uma caminhada de conscientização sobre os direitos das pessoas com deficiência, prevista para os próximos meses. Além disso, novas capacitações serão oferecidas às mães atípicas, ampliando os temas abordados e fortalecendo a rede de apoio educacional e social na região.
Com a validação da metodologia, a expectativa é que o modelo seja incorporado permanentemente aos programas da ETEC de Cáceres e, futuramente, expandido para outras unidades da rede estadual. A proposta reforça o compromisso com uma educação técnica inclusiva, sensível e transformadora — não apenas para as mães, mas também para seus filhos.