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Esportes Segunda-feira, 02 de Junho de 2025, 09:37 - A | A

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GOL DE MÃO

VÍDEO: "Neymar nos convence a desistir dele", diz jornalista após jogador tocar a bola com a mão

g1

É preciso ter muita fé na humanidade para ainda acreditar no renascimento de Neymar como jogador de futebol. As minhas esperanças derreteram neste domingo, naquele lance que não será esquecido tão cedo, naquele instante fatídico em que o camisa 10 do Santos resolveu usar a mão para, em tempos de VAR, fazer um gol contra o Botafogo.

Neymar acabou expulso pela tentativa de trapaça. E viu seu time, com um a menos, levar um gol, perder em casa e se manter na zona de rebaixamento. O que mais impressiona é o simbolismo embutido no ato: se ele não renovar contrato, este terá sido seu último momento pelo Santos – um triste emblema de um retorno melancólico.

Em janeiro, comemorei o retorno de Neymar ao Santos. Quando ele reestreou, vibrei com os lances de efeito, com os passes que encontravam espaços que só ele via, com os lampejos do supercraque do passado. Defendi que, em um momento de desespero com a Seleção, o realismo mágico de um retorno de Neymar representava um fio de esperança. Concordei quando ele foi convocado por Dorival – vi naquilo uma boa estratégia de preparação para quem sabe tê-lo inteiro na Copa do Mundo.

Tudo ilusão. Neymar fez apenas 12 jogos pelo Santos. Em só um deles ficou em campo o tempo todo: na vitória de 3 a 0 sobre a Inter de Limeira, justamente sua melhor partida este ano, quando fez um gol olímpico e deu os passes para os outros dois. No total, marcou três vezes e deu três assistências no retorno ao clube que o formou.

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A contribuição de Neymar ao Santos nestes quatro meses foi insignificante. Com o ídolo no elenco, o Peixe caiu nas semifinais do Campeonato Paulista para o Corinthians, foi eliminado pelo CRB na terceira fase da Copa do Brasil e está entre os rebaixados no Campeonato Brasileiro. Com um salário de R$ 4,1 milhões, o que ele mais rendeu ao clube foi prejuízo.
 
E é uma pena. Na teoria, a volta de Neymar ao Brasil poderia ter representado um recomeço. Ele estaria em casa, no conforto de um clube onde é ídolo, em uma liga mais competitiva do que a da Arábia Saudita, colado na Seleção – era a chance de recuperar a motivação que parecia (parece?) decrescer a cada ano. Mas não aconteceu.

É preciso lembrar que ele foi novamente afetado por lesões – e problemas musculares são comuns quando jogadores que sofreram ruptura ligamentar voltam a atuar. Mas também é preciso, infelizmente, reconhecer que o estilo de vida de Neymar não combina com um atleta de alto rendimento – ainda mais aos 33 anos.

Aí fica difícil defender. Neymar nos convence a desistir dele. E ainda nos oferece um argumento deste tamanho: uma expulsão que simboliza o declínio de um craque que sempre teve recursos de sobra – que jamais precisaria usar a mão para fazer um gol.

 


 

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