A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) entrou oficialmente na disputa pelo comando da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF). Em manifestação protocolada na terça-feira, 27 de maio, na 4ª Vara Cível de Cuiabá, a entidade máxima do futebol nacional pede a reconsideração da decisão que nomeou o advogado Thiago Dayan da Luz Barros como administrador provisório da FMF e propõe, em seu lugar, o nome de Luciano Dahmer Hocsman, atual presidente da Federação Gaúcha de Futebol.
A intervenção judicial havia sido determinada após o encerramento do mandato de Aron Dresch, no último dia 26, sem que houvesse sucessão definida. Com a eleição para presidência suspensa e sem previsão estatutária para a vacância do cargo, a juíza Ana Cristina Silva Mendes nomeou um interventor com base no Código Civil.
A CBF, porém, alerta para os riscos dessa nomeação. Em sua petição, a Confederação argumenta que a decisão judicial, apesar de compreender a crise institucional da FMF, fere o Estatuto do Futebol e pode colocar o futebol mato-grossense sob risco de sanções por parte da FIFA, que não reconhece dirigentes impostos por decisões judiciais externas ao sistema associativo esportivo.
“O interventor nomeado judicialmente não tem vínculo com o sistema federativo do futebol, o que pode gerar graves consequências para a FMF no cenário nacional e internacional”, diz o documento apresentado pela CBF.
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A entidade nacional afirma ainda que seu próprio estatuto contempla soluções para lacunas administrativas em suas filiadas e que, por isso, caberia à CBF, e não ao Judiciário, indicar um nome para conduzir a transição.
Nesse contexto, a Confederação propõe o nome de Luciano Hocsman, que comanda a Federação Gaúcha de Futebol desde 2019. Segundo a CBF, Hocsman possui “vasta experiência na gestão do futebol e imparcialidade necessária para liderar o processo eleitoral que se avizinha”.
“Queremos que a FMF retome sua atividade normal o mais rápido possível, sem que este período prejudique o futebol local e suas competições em andamento”, declarou Hocsman.
Já o presidente da CBF, Samir Xaud, reforçou que a medida visa proteger a integridade da federação estadual.
“É um movimento para garantir a integridade da FMF e evitar interferências externas ao futebol na entidade. É também uma forma de mostrar que nossa gestão se inicia com um olhar atento e preocupado às questões relativas às federações filiadas”, afirmou.
A Justiça de Mato Grosso deve se manifestar nos próximos dias sobre o pedido da CBF. Até lá, a FMF segue sob comando de Thiago Dayan, nomeado de forma interina pela Justiça.
