O vice-presidente estadual do Pros e também secretário-geral do partido em Cuiabá, Oscarlino Alves, gravou um vídeo neste domingo (22) onde falou que Gisela Simona, derrotada na eleição para prefeitura na capital, tentou uma negociata com o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), mas como não foi atendida, abraçou um projeto de poder ao lado de Abílio (Podemos).
De acordo com Oscarlino, ele apoiou e defendeu Gisela no primeiro turno, mas após a derrota no pleito municipal, a ex-candidata tomou o rumo de apoiar Abílio que não foi discutido no partido. O vice-presidente disse que na segunda-feira (16) houve reuniões internas das quais ele não participou, Na terça-feira (17), Gisela se reuniu com os dois candidatos que disputam o segundo turno.
Após as reuniões, Gisela teria reunido apenas 20 candidatos à vereança no comitê para uma discussão.
“Eu estive presente e coloquei minha posição. Coerência pelo o que foi discutido no primeiro turno. Atacada por Abílio antes do início das eleições e acusações que foram feitas ao candidato Emanuel. Por coerência e por orientação tive a oportunidade de falar na reunião [e orientei a] neutralidade, que isso significaria ir de acordo com os princípios que foram apontados no primeiro turno, mas isso não aconteceu. Houve negociações na parte da manhã e eu não quero revelar o que foi tentado negociar por parte da candidata com o prefeito Emanuel Pinheiro”, disse Oscarlino
Após saber da tentativa de negociata, Oscarlino conversou com Emanuel e disse que o prefeito o convenceu a sair da neutralidade, pois a maioria dos servidores públicos estaduais e municipais declararam apoio à sua reeleição.
Sindicalista, Oscarlino disse que sua escolha partiu pelo cumprimento das leis e direitos com os servidores públicos, ponto de desentedimento entre a classe e o governador Mauro Mendes (DEM), que apoia Abílio. Oscarlino afirma que o governador não vem cumprindo com tais exigências legais.
“É um projeto de poder que está ai na pauta, onde a candidata (Gisela) vai somar força nesse projeto de poder e forçando os sindicalistas a saírem da neutralidade. Eu tenho um compromisso com o serviço público, tenho compromisso com o Sistema Único de Saúde [SUS] e compromisso de resgatar tudo aquilo que vem sendo mácula no nome do servidor”, detalhou.
OUTRO LADO
Procurada pela nossa reportagem, Gisela disse que tais argumentos são "coisas da cabeça de Oscarlino" e que a decisão do partido foi tomada de forma coletiva onde a maioria optou pelo apoio a Abílio. Gisela disse que ouviu os vereadores, grandes responsáveis por ela ter obtido mais de 50 mil votos, e que além de Oscarlino, apenas quatro outros filiados votaram pela neutralidade do segundo turno.
“Fomos bastante combativos desde o começo e há registros na justiça eleitoral, pois o pilar que defendemos, o combate à corrupção, e não podíamos aliar a um candidato com tantos escândalos. É triste que alguns servidores estão pensando mais nos seus holerites do que em Cuiabá. A saúde está tomada de corrupção, secretários afastados, ruas sem asfaltos, bairros abandonados entre outros”, citou Gisela.
Gisela lamentou o posicionamento de Oscarlino, afirmando que ele não soube respeitar a decisão coletiva. A ex-candidata também citou o fato que após as conversas com Emanuel e Abílio, o candidato do Podemos foi o que mais se mostrou aberto a implementar parte do plano de governo dela.
Abílio recuou em acabar com a Secretaria Municipal da Mulher, com o Conselho de Cultura e se dispôs a assumir um diálogo com os servidores. Ela também disse que já acionou a sua equipe jurídica para que o vice-presidente do partido responda pelas acusações feitas.
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