O volume de vendas do comércio varejista em Mato Grosso despencou 10,9% em agosto, após ter registrado um aumento de 11,7% em julho. A queda nas vendas ocorreu em todo o país, com recuo médio de 3,1%, porém foi mais intensa em Mato Grosso e outros quatro estados. Os números constam na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (6).
Com o resultado ruim de agosto, Mato Grosso volta à estaca zero no acumulado do ano (janeiro a agosto). Nos últimos 12 meses, o volume de vendas apresenta alta de 2%.
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Entre os estados, Mato Grosso registrou o terceiro pior resultado, superado apenas por Rondônia, onde a queda nas vendas chegou a 19,7%, e Paraná, com 11%. Em seguida aparecem Acre (10,2%) e Santa Catarina (10,1%).
Representante do setor em Mato Grosso, a Fecomércio-MT questionou os dados divulgados pelo IBGE e a metodologia da pesquisa. Segundo o presidente da entidade, José Wenceslau de Souza Júnior, a economia de Mato Grosso passa por um evidente período de crescimento e não há uma condição que justifique queda tão acentuada.
“Se o governo do Estado estivesse sem pagar salários, se um segmento econômico estivesse em falência ou algo assim, poderíamos entender que Mato Grosso teria uma queda nas vendas do varejo três vezes maior que a média nacional, mas nada disso ocorreu”, explicou.
O argumento também foi reforçado pelo diretor do Instituto de Pesquisas da Fecomércio (IPF-MT), Maurício Munhoz, que pediu ao IBGE que forneça acesso à memória de cálculo da pesquisa nacional. Munhoz destaca que todos os indicadores econômicos apontam para um crescimento expressivo da economia mato-grossense.
“Mato Grosso está entre os estados que mais geram postos de trabalho. As empresas, as prefeituras e o governo do Estado com salários em dia e obras de infraestrutura em andamento, ou seja, o cenário mostra que não há uma razão que nos faça crer que os números estão corretos”, afirmou Munhoz.
ANÁLISE SETORIAL - A queda nas vendas em agosto aconteceu em seis das oito atividades do comércio, com maior impacto sobre os artigos de uso pessoal e doméstico, que despencou 16% no Brasil. Essa atividade é composta, por exemplo, por grandes lojas de departamento. O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, explica que o resultado é devido ao comportamento das empresas e do consumidor, com a antecipação de compras devido a promoções realizadas em julho.
“[Houve] crescimentos expressivos, principalmente em julho (19,1%) com o lançamento das plataformas de marketplace. Com muitos descontos, o consumidor antecipou o consumo em julho, fazendo com que o mês de agosto registrasse uma queda grande de 16%. Esse recuo, contudo, não é suficiente para retirar os ganhos dos quatro meses anteriores”, disse o pesquisador.
Também recuaram no período os setores de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (4,7%), combustíveis e lubrificantes (2,4%), móveis e eletrodomésticos (1,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (1%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,9%).
“Hiper e supermercados, assim como combustíveis e lubrificantes, vêm sendo impactados pela escalada da inflação nos últimos meses, o que diminui o ímpeto de consumo das famílias e empresas”, acrescentou Santos.
As duas atividades que tiveram variação positiva no volume de vendas em agosto foram tecidos, vestuário e calçados (1,1%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,2%).