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Economia Quinta-feira, 23 de Dezembro de 2021, 07:01 - A | A

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MERCADO IMOBILIÁRIO

Valorização dos imóveis em Cuiabá compensa o aumento dos juros, diz consultor

Felipe Leonel

Repórter | Estadão Mato Grosso

Comprar imóveis por meio de financiamento continua valendo a pena em Mato Grosso, mesmo com o aumento da taxa Selic, que elevou os custos da operação financeira. A avaliação é do consultor imobiliário Luís Felipe Portella, que destaca a tendência forte de valorização dos imóveis em Cuiabá, suficiente para compensar a escalada da taxa de juros nos últimos meses.

Mesmo com os aumentos recentes, a taxa básica de juros se mantém mais baixa do que o praticado até 2017, quando se mantinha nos dois dígitos. Essas taxas atrativas fizeram com que os financiamentos de imóveis aumentassem em todo Brasil, saindo de R$ 128 bilhões para R$ 152 bilhões na comparação entre 2019 e 2020. Os dados são do Banco Central.

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“Se for comparar com 10% até 11%, a taxa de juros ainda está mais baixa. Então, o financiamento é bom para quem vai comprar, por que assim que o imóvel ficar pronto, como Cuiabá está crescendo, naturalmente, eu tenho uma tendência de valorização imobiliária muito forte”, explica o consultor, acrescentando que a taxa de juros atualmente gira em torno de 9%.

Segundo Portella, o início do ano foi marcado por forte movimento para compra de imóveis, já que os bancos estavam oferecendo linhas de financiamento atrativas, com juros de até 7% ao ano. A situação começou a mudar em julho, quando o Banco Central iniciou o movimento de alta dos juros para conter o avanço da inflação. Com a taxa básica de juros crescendo, houve redução no fechamento de negócios.

Aliada à valorização dos imóveis, Portella elenca mais um fator que pesa na hora de comprar um imóvel, que é o emocional: terminada a construção, poder estar dentro de algo de sua propriedade é uma sensação inestimável. Além disso, o cenário de incertezas econômicas vivido no Brasil atualmente demanda investimentos seguros e os imóveis constituem uma forma de patrimônio que só tende a valorizar.

Diante das instabilidades econômicas, Luís afirma que algumas construtoras estão trocando o índice de reajuste dos contratos. Como o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) teve alta superior a 21% nos últimos 12 meses, as empresas passaram a adotar o Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA), que subiu cerca de 10%.

“Dependendo da construtora, eu consigo prefixar essa correção, dar uma segurada na estabilidade econômica. São alternativas para quem ainda quer fazer esse investimento, porque também está bom. Cuiabá está crescendo. Hoje é difícil uma região de Cuiabá que não esteja crescendo e isso é muito favorável para o financiamento também”, completa.

Apesar do bom momento no mercado imobiliário, houve aumento no custo da construção. Segundo o presidente da Câmara Brasileira da Industria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, esse aumento no custo da construção pode provocar um “descasamento” entre os preços dos imóveis e a renda do brasileiro.

Ainda de acordo com a CBIC, o preço dos imóveis não acompanhou o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), porque as construtoras decidiram reter parte da inflação no período. No entanto, novos reajustes devem ser feitos nos próximos meses. O INCC, de janeiro a novembro deste ano, subiu pouco mais de 13%. Porém, alguns materiais específicos tiveram aumentos muito mais significativos.

Neste período, os insumos que apresentaram as maiores elevações foram: vergalhões e arames de aço (+92,44%), condutores elétricos (+72,10%), tubos e conexões de PVC (+69,09%), eletroduto de PVC (+53,94%), esquadrias de alumínio (+44,40%), compensados (+43,32%), produtos de fibrocimento (+39,53%) e tijolos e telhas cerâmicas (+38,75%).

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