A alta temporada do turismo brasileiro é também uma oportunidade para quem está desempregado ou em busca de renda extra. A previsão é que as atividades gerem quase 82 mil vagas de empregos em todo Brasil, todas para serem preenchidas entre a reta final do ano e início de 2022. Boa parte dessas oportunidades requer profissionais com alguma qualificação na prestação de serviços turístico, um atributo que tem sido uma barreira para os empregadores.
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As atividades turísticas perderam mais de R$ 350 bilhões com a pandemia, conforme estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Junto com esse valor se foram milhares de empregos. A base de dados do Caged indica o setor de turismo fechou quase 17 mil vagas de trabalho entre 2020 e 2021, resultado de 1.545.395 demissões e 1.527.727 admissões.
Com o alívio das medidas restritivas devido ao avanço da vacinação contra a covid-19, o Brasil voltou a promover viagens, eventos e lazer com segurança. Esse movimento tem ocasionado uma retomada dos empregos para atividades turísticas também em Mato Grosso. Porém, alguns segmentos do setor enfrentam dificuldades para encontrar trabalhadores capacitados.
“Um garçom, por exemplo, não é só para carregar bandeja. Tem que saber vender o produto”, ilustra Luiz Carlos Nigro, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do estado (SHRBS-MT).
A dificuldade para recompor o quadro de funcionários é uma das consequências do esvaziamento que ocorreu durante a pandemia. A crise sanitária lançou parte desses trabalhadores a outros mercados. “Essas pessoas não podiam ficar paradas e migraram para outras atividades, abriram seus próprios negócios”, cita Luiz Carlos.
Para quem tem conhecimentos na área e busca recolocação no mercado de trabalho, as condições de salário também estão mais favoráveis. No setor hoteleiro, por exemplo, os rendimentos foram reajustados em 12% neste ano.
“Ano que vem vamos recuperar o faturamento e a perda salarial também. Isso porque o salário é pequeno diante dos prêmios e benefícios ganhos com o retorno das atividades”, observa.
Quanto à volta do faturamento do setor, a CNC destaca que a alta temporada costuma concentrar até 44% da receita anual. Desde o fim da segunda onda da covid-19, o volume de receitas do setor avançou 49,1%, de acordo com o Índice de Atividades Turísticas apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Embora ainda esteja 20,7% aquém do nível registrado antes do início da crise sanitária, nota-se que o setor vive o seu melhor momento desde fevereiro de 2020, do ponto de vista de geração de volume de receitas”, pontua.
Se o ritmo for mantido, a entidade prevê que o setor irá faturar R$ 171,9 bilhões ao longo da alta temporada, o que contribuiria para levar o nível de volume de receitas - em maio de 2022 - ao nível imediatamente anterior ao início da crise sanitária.
Onde procurar empregos
Os dias de confinamento forçado desta pandemia adiaram planos, que agora podem ser realizados. Remarcações de passagens e passeios turísticos têm causado um boom nas atividades que tem urgência em contratar.
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O maior volume de vagas vem dos bares e restaurantes, conforme a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). “Tradicionalmente, o segmento que mais oferece vagas temporárias nessa época do ano é o de bares e restaurantes. Para a temporada iniciada este ano, esse ramo deverá responder por 77,5%, ou 63,40 mil vagas, das oportunidades a serem criadas”, diz a entidade.
Outro ramo que costuma se destacar é o de hospedagem (hotéis, pousadas e similares). Para a alta temporada 2021/22, esse segmento deverá responder por 13,8% (11,2 mil) do total de empregos criados no turismo.
Segmento de hospedagem, agências de viagens e transportes também contribuem para oferta de empregos. Do ponto de vista das ocupações, o levantamento da CNC indica que a principal demanda por profissionais nesta alta temporada será para os cargos de recepcionista (14,49 mil vagas); cozinheiros e auxiliares (8,09 mil); camareiros (7,30 mil); garçons e auxiliares (4,76 mil); e auxiliares de lavanderia (7,76mil).
