O plantio de soja em Mato Grosso agora pode ser realizado até o dia três de fevereiro de 2022, tendo janela iniciada no dia 16 de setembro. A novidade traz boas expectativas aos produtores rurais que podem utilizar o maior tempo de plantio para poder produzir a própria semente, o que deve reduzir os custos com a compra do insumo e com a quantidade de defensivos agrícolas utilizados em seu cultivo.
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A possibilidade de plantio de soja em fevereiro se dá a partir da Portaria nº 389, de 1º de setembro de 2021, publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que atendeu ao anseio da maioria dos produtores representados pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT).
Para o presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore, a nova regra é uma grande conquista para o produtor de soja do Estado. “A calendarização anterior foi estabelecida em 2015, não representava a realidade prática vivida pelo produtor no campo, o que foi comprovado cientificamente, inclusive mostrando uma sanidade e uma qualidade melhor do grão, quando plantado para semente em fevereiro”, afirma.
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Para o presidente do Sindicato Rural de Canarana, Alex Whish, essa possibilidade de plantio da soja até fevereiro deve ampliar o número de agricultores que vão produzir a própria semente, grupo que hoje é formado por pelo menos 30% dos sojicultores mato-grossenses.
“Existe uma lacuna com a falta de sementes em Mato Grosso, além de encontrarmos problemas de germinação e vigor nos grãos para plantio disponíveis no mercado. Para a agricultura mato-grossense, plantar a soja para semente será fundamental para o desenvolvimento da nossa cultura”, avalia.
Whish destaca que uma das vantagens do plantio até fevereiro é que se reduz a necessidade de utilização de defensivos agrícolas, principalmente, fungicidas, já que é um período de menor umidade. Essa possibilidade de menor custo tem gerado interesse em muitos produtores, principalmente, em razão da precificação do custo de produção influenciado pelo dólar em alta, e pelos problemas de produção de insumos já anunciados pela China, que podem encarecer ainda mais os defensivos.
O produtor rural em Matupá, Leonardo Luiz Oss, também aposta na redução direta de custos com a nova janela de plantio. Ele ainda avalia se já vai plantar soja para semente ainda nesta safra, e que a decisão dependerá também da oferta do grão no mercado. Ele reforça que outros fatores também pesam em torno dessa questão, como a estrutura para armazenar a semente.
O presidente do Sindicato Rural de Vera, Rafael Bilibio, explica que o custo por quantidade de semente suficiente para o plantio de um hectare, quando comprado das sementeiras tem girado em torno de R$ 500 a R$1 mil. Com o plantio dessas sementes feito pelos próprios produtores rurais, esse custo deve se situar em torno de R$ 400, incluindo o pagamento do royalty. “A alternativa de plantio vai trazer enorme benefício, criando estoque regulador no mercado, e garantindo liberdade para os produtores produzirem sua própria semente”, pontua.