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Economia Domingo, 31 de Outubro de 2021, 07:35 - A | A

Domingo, 31 de Outubro de 2021, 07h:35 - A | A

ESPECIALISTA ALERTA

Petróleo deve ir a US$ 100 e forçar novo aumento

Gabriel Soares

Editor-Chefe | Estadão Mato Grosso

As sucessivas altas nos preços dos combustíveis vão continuar enquanto não houver mudanças na política de preços da Petrobras. A análise é do economista Vivaldo Lopes, que vê margem para novas altas no futuro próximo, pois há projeção de que o barril de petróleo chegue a custar 100 dólares em um futuro próximo devido a uma série de fatores na conjuntura internacional.

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Em conversa com a reportagem do Estadão Mato Grosso, Vivaldo explicou o mecanismo que leva os brasileiros a pagarem mais de R$ 7 pelo litro da gasolina apesar de o Brasil ser autossuficiente na produção de petróleo. Conforme o economista, desde 2016 a Petrobras ignora o custo de produção – o método tradicional de formação de preços – e estipula os valores dos combustíveis apenas com base no mercado internacional.

“Ela ignora o custo de produção e só usa duas variáveis: o preço internacional do petróleo e a variação do petróleo. Com o real desvalorizado do jeito que está e o barril de petróleo podendo chegar a 100 dólares no mercado internacional, é certo que teremos novos aumentos”, explicou.

No último mês, o barril do petróleo tipo Brent atingiu 80 dólares pela primeira vez em quase quatro anos e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) sinalizou que não tomará medidas para conter a escalada dos preços. Com isso, especialistas no mercado já veem a possibilidade de o preço do barril ultrapassar os 100 dólares pela primeira vez desde 2014, o que pode ocorrer antes do final do ano. Bank of America, Goldman Sachs e a petroleira Total estão entre as instituições que engrossaram o coro do ‘ouro negro’ na casa dos três dígitos.

O principal fator que pressiona a cotação do petróleo no mercado internacional é um acerto da Opep com outros países produtores, como a Rússia. Em vez de retomar a produção aos níveis verificados antes da pandemia de covid-19, a OPEP+ decidiu fazer uma retomada gradual, elevando mês a mês a produção até abril de 2022. Enquanto isso, a demanda por petróleo está aquecida devido à recuperação da atividade econômica mundial e à crise no fornecimento de outras fontes de energia, como o gás natural.

“Os preços estão a escalar para máximos de vários anos já que a falta de gás natural e de carvão aumentam a procura por petróleo, o que poderá manter o mercado em défice pelo menos até ao final do ano”, informou a Agência Internacional de Energia (AIE).
Diante desse cenário adverso no mercado internacional, Vivaldo Lopes defende que a Petrobras mude sua política de preços para conter a crise que o alto preço dos combustíveis está causando no país.

“Não precisa ter intervenção estatal. A Petrobras é administrada por um conselho de administração composto por 11 pessoas, que precisa decidir. Tem que vir à público, assim como fez em 2016, sob a gestão do Pedro Parente, e dizer que vai alterar essa política de preços e passar a cobrar pelo custo de produção, extração e refino, como sempre fez nos 65 anos de existência da Petrobras”, defendeu.

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Nesta quinta-feira (28), três dias após o mais recente aumento nos preços, a Petrobras anunciou lucro de R$ 31 bilhões no terceiro trimestre. Diante disso, a petroleira estatal decidiu dobrar o a remuneração dos acionistas e irá distribuir R$ 31,8 bilhões aos acionistas. Somado ao pagamento de agosto, o total chega a R$ 63,4 bilhões.

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