A Korn Ferry, consultoria global de gestão organizacional, conduziu sua pesquisa intitulada "Workforce Brasil 2024” para aprofundar a compreensão sobre as expectativas e desejos dos profissionais em relação ao trabalho no cenário atual. O estudo, que envolveu profissionais de diversas partes do mundo, revelou que em 2024 os principais motivadores no ambiente de trabalho são salário, horários flexíveis, oportunidades de desenvolvimento e aprendizagem, e estabilidade.
A apuração revelou que 46% dos brasileiros priorizam o pacote de remuneração como forma de escolha, retenção e motivação de seus empregos. Neste pacote, embora seja importante o salário mensal, também são considerados os planos de saúde, vales, bônus e outros benefícios. No âmbito global, o estudo revelou o contrário, sendo a prioridade número um dos trabalhadores ter um horário flexível (38%).
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No Brasil, a flexibilidade no horário de trabalho ficou em segunda colocação (38%) e, em terceira opção, as oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento (34%).
Para a líder regional de Transformação e Cultura da Korn Ferry América do Sul, Adriana Rosa, esses resultados evidenciam o crescente valor atribuído ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional sem reforçando o salário como fator decisório.
“Esses dados destacam como o contexto econômico e cultural de cada nação moldam as prioridades de engajamento e retenção de talentos. Eles evidenciam que, em momentos de incerteza, questões como equilíbrio entre vida pessoal e profissional ganham relevância, mas o fator salarial ainda se mantém como um pilar fundamental. Essa compreensão é essencial para embasar estratégias que alinhem os interesses dos colaboradores às necessidades organizacionais”, conta.
A Korn Ferry, em sua apuração, identificou que o percentual de mulheres que buscam uma remuneração mais generosa (48%) e horários de trabalho flexíveis (43%) é maior que o de homens.
“As mulheres buscam maior equidade com os salários dos homens, este dado talvez nos indique esta intenção. Além disso, as configurações mais flexíveis permitem melhor equação com da vida pessoal, o que deve impactar boa parte desta mostra”, comenta Adriana Rosa.
Questionados sobre “se você procurasse um trabalho novo, quais seriam os itens mais importantes que a nova empresa e a nova função poderiam lhe oferecer”, os dados do Workforce Brasil também revelaram as principais prioridades por regiões brasileiras. O Sul (57%) é o local em que mais se prioriza a remuneração, seguido de Sudeste (45%), Nordeste (42%), Norte (40%) e Centro-Oeste (38%).
Agora, na apuração sobre flexibilidade no horário de trabalho, ainda sim os estados da região Sul do Brasil se posicionam em primeiro lugar (42%), seguido pelo Sudeste (39%), Nordeste (36%), Centro-Oeste (32%) e Norte (29%).
Por último, no anseio de conseguir excelentes oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento, a prioridade, por regiões, começa a mudar. O Sudeste ocupa o primeiro lugar (35%), depois Nordeste (34%), Sul (33%), Centro-Oeste (30%) e, por último, o Norte (24%).
O QUE FAZ UM TRABALHO SER CATIVANTE?
Ao menos 55% dos profissionais entrevistados disseram que permaneceriam em um emprego no qual estão infelizes, caso tivessem oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento de carreira.
O estudo Workforce Brasil também investigou as razões por trás da preferência pelo horário de trabalho flexível entre brasileiros de diferentes níveis de carreira. Quando buscam novas oportunidades, 25% dos CEOs colocam o trabalho remoto em tempo integral como prioridade, enquanto 21% consideram essencial trabalhar sob a liderança de um executivo sênior, e 20% preferem estar sob a gestão de um líder no mesmo nível hierárquico. Esses dados evidenciam como as prioridades variam de acordo com as condições e características de cada posição.
Quando questionados sobre os fatores que os fariam permanecer em seus cargos atuais, 24% dos CEOs apontaram o trabalho remoto em tempo integral como prioridade, seguidos por 17% que destacaram a importância de ter um executivo sênior como líder, e 9% que valorizam a presença de um líder na mesma posição hierárquica. Além disso, muitos demonstraram uma predisposição significativa para trocar de empresa caso não possam trabalhar remotamente em regime integral ou não tenham permissão para manter um home office constante.
O Workforce Brasil entendeu que os brasileiros se preocupam com salários, flexibilidade, mas também, o alinhamento dessas prioridades. Com essa apuração, foi identificado que 87% dos colaboradores concordam que é essencial que uma empresa compreenda a importância dos benefícios corporativos como planos de saúde, odontológico, vales alimentação e refeição que, além de acompanharem o salário, complementam a remuneração mensal.
O perfil predominante está para os mais velhos, entre 55 a 65 anos (91%), 45 a 54 (87%) e 35 a 44 (88%). Os mais jovens, por exemplo entre 18 e 24 de idade (78%), têm pouca concordância se comparados aos profissionais mais experientes. E as regiões Sul (88%), Sudeste (89%) e Centro-Oeste (78%) são as alienadas a essa pratica.