O número de famílias com algum tipo de dívida voltou a subir em Cuiabá. Em abril, 83,8% dos lares da capital mato-grossense declararam estar endividados, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta terça-feira (14) pelo Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio-MT (IPF-MT), com base em dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O índice representa uma alta de 0,2 ponto percentual em relação a março.
Apesar do avanço no número total de endividados, o levantamento mostrou uma redução entre os que se consideram “muito endividados”: o percentual caiu de 10,5% para 8,1% em um mês, indicando uma leve melhoria na percepção do comprometimento financeiro entre os consumidores.
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Outro dado positivo foi a queda na inadimplência. O número de famílias com contas em atraso passou de 18,4% para 18,2%. Já o grupo que afirma não ter condições de quitar os débitos subiu discretamente, de 4,2% para 4,3% — o que equivale a cerca de 8,9 mil famílias da capital. No total, 37,9 mil famílias estão inadimplentes em Cuiabá.
Para o presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, a retração na inadimplência sinaliza uma tendência positiva.
“A queda no percentual de famílias inadimplentes na capital é ainda maior no comparativo anual. A melhora da situação financeira reflete no pagamento das contas em atraso entre os cuiabanos. Para as famílias que disseram que não vão conseguir pagar as contas atrasadas, a situação atual também está melhor no comparativo anual”, disse.
O cartão de crédito continua sendo o principal tipo de dívida das famílias, apontado por 82% dos entrevistados. Em seguida aparecem os boletos (24,6%), financiamento de carro (5,3%), financiamento de casa (3,7%), crédito pessoal (2,8%), crédito consignado (2,3%) e cheque especial (0,6%).
A pesquisa mostra também que 68% dos endividados comprometem entre 11% e 50% da renda com o pagamento de dívidas. Entre os entrevistados, 25,1% afirmaram que os débitos atuais terão duração entre três e seis meses. Já entre os que estão inadimplentes, mais da metade (50,3%) acredita que conseguirá quitar parte do valor pendente no próximo mês, e 26,3% dizem que pretendem pagar o total da dívida.
O levantamento é um termômetro do comportamento de consumo e da saúde financeira das famílias, e ajuda o comércio a entender o ambiente em que atua.