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Economia Quarta-feira, 12 de Abril de 2023, 07:00 - A | A

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ALÍVIO AOS MOTORISTAS

Combustíveis têm nova queda e diesel atinge menor preço em 14 meses

Cuiabá é a única capital brasileira onde abastecer com etanol é mais vantajoso que a gasolina

Felipe Leonel

Repórter | Estadão Mato Grosso

Os preços dos combustíveis apresentaram queda na comparação entre a semana que se encerrou no último sábado (8) e a semana imediatamente anterior. Conforme informações da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço da gasolina comum caiu 1,1%, enquanto o etanol hidratado recuou 1,6% e diesel S10 teve queda de 2%.

Os números da ANP foram divulgados somente na noite dessa segunda-feira (10), em razão do feriado de Sexta-Feira Santa.

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Segundo a ANP, a gasolina era vendida a um preço médio de R$ 5,42 e caiu para R$ 5,36, uma redução de apenas 6 centavos. Os valores foram captados somente em Cuiabá. 

Já o preço máximo desse derivado do petróleo permaneceu em R$ 5,59. A ANP também deixou de divulgar quais os postos pesquisados, passando a divulgar apenas a quantidade de estabelecimentos sondados. No entanto, o consumidor pode encontrar a gasolina por até R$ 5,15 nesta semana. No preço mínimo, houve queda de 10 centavos, ou 1,9%.

Mesmo com a queda, a gasolina ainda perde na competitividade para o etanol. Considerando o valor médio dos dois combustíveis, o preço do álcool representa 66,4% do preço da gasolina. Cuiabá é a única capital brasileira onde o biocombustível é mais vantajoso, resultado da grande oferta pelas indústrias de etanol de milho.

Manaus (AM) também figurava como a outra capital onde valia a pena abastecer com etanol. No entanto, no último levantamento, o custo do álcool passou de 70% em relação ao da gasolina. Em algumas capitais, como Porto Alegre (RS) e Belém (PA), o preço do biocombustível se aproxima de 90% em relação ao seu concorrente fóssil.

Já o óleo diesel S10, que é o combustível com maior peso no custo logístico brasileiro, saiu de R$ 6,08 para R$ 5,96, queda de 12 centavos (-1,97%), considerando o valor médio. Esse é o menor valor do diesel S10 em 14 meses. A última vez que esse derivado esteve abaixo de R$ 5,96 foi em 15 de janeiro de 2022, quando a ANP cotou um preço médio de R$ 5,93.

 

Porém, de fevereiro de 2022 para cá, houve uma enorme instabilidade no mercado de combustíveis, fortemente influenciado pela guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada no dia 24 de fevereiro do ano passado. O óleo diesel chegou a custar escandalosos R$ 7,95 em Cuiabá, mas no interior esse aumento foi muito maior, chegando a quase R$ 9 em julho.

Já o preço máximo do diesel ficou inalterado, em R$ 6,69, enquanto o valor mínimo saiu de R$ 5,77 para R$ 5,67, queda de 10 centavos (-1,7%).

A conjuntura da guerra no Leste Europeu provocou um cenário que até então não tinha sido visto no mercado de combustíveis: o óleo diesel, que sempre foi mais barato que a gasolina, disparou e superou a gasolina em quase R$ 2.

Agora, essa diferença é de apenas 60 centavos, pois o óleo diesel tem apresentado quedas, enquanto o preço da gasolina segue com pressão altista.

Especialista do setor, Nelson Soares Júnior, diretor executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso (SindiPetróleo), aponta que a queda no óleo diesel ocorre devido ao fim do período mais frio do inverno no hemisfério Norte, o que reduz a procura por óleo diesel para aquecer residências e aumenta a disponibilidade do produto.

Portanto, mesmo diante do corte de produção feito pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) em 1,6 milhão de barris de petróleo, o preço do diesel segue relativamente em queda. Já a gasolina está apresentando uma demanda muito alta, o que acaba pressionando os preços.

De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina está 22 centavos mais cara no exterior. Isso significa que quem importa o combustível está pagando caro e precisa concorrer com os preços da Petrobras. Isso acarreta em uma pressão para que a petroleira suba os preços.

O principal argumento do setor é que, se a Petrobras praticar preços abaixo do mercado internacional, desestimula a importação, o que pode levar ao desabastecimento.

O Brasil precisa importar grande quantidade de combustíveis. De acordo com a última “Síntese Mensal de Comercialização de Combustíveis”, do mês de janeiro de 2023, o Brasil importou 6,45% da gasolina consumida no país. No entanto, em dezembro as importações superaram os 30%. Já a importação de diesel representou 18,12%, mas costuma girar em torno de 30%.

 

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