Mais uma vez, as ações de empresas que ainda registram forte queda no ano e que foram as mais impactadas pela pandemia do novo coronavírus voltam a subir na sessão desta quarta-feira (18). Em meio a boas notícias sobre as vacinas – desta vez, a revista científica “The Lancet” informou que a vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech, foi considerada segura e conseguiu produzir uma resposta imune do organismo contra o coronavírus Sars-CoV-2. A vacina ainda tem capacidade de produzir resposta imune no organismo 28 dias após sua aplicação em 97% dos casos.
Já a farmacêutica Pfizer e o laboratório alemão BioNTech anunciaram nesta quarta-feira (18) que sua vacina contra a Covid-19 apresentou uma eficácia de 95% na prevenção da doença. Os dados, no entanto, ainda precisam ser revisados por cientistas independentes e publicados em revista científica.
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No dia 9 de novembro, as empresas haviam divulgado que a BNT 162b tinha apresentado 90% de eficácia na análise de dados de 94 voluntários já na fase 3. A imunização usa uma tecnologia inovadora, com o RNA mensageiro (mRNA), e já foi encomendada por diversos países e pela União Europeia, que reservou 300 milhões de doses. No entanto, a principal preocupação com a BNT 162b refere-se ao transporte do imunizante que precisa ser mantido a -80ºC, em uma temperatura fora do padrão “normal”.
Vale destacar que, também nesta semana, a Moderna informou à imprensa que sua vacina experimental foi 94,5% eficaz na prevenção contra a covid-19.
Com essas boas notícias, as ações de Gol (GOLL4) subiam mais de 9% no início da sessão, Azul (AZUL4) avançava cerca de 7%, acompanhando as aéreas no exterior, enquanto CVC (CVCB3) e Embraer (EMBR3) subiam mais de 3%. Para a Gol, destaque ainda para a notícia de que o 747 Max da Boeing foi liberado nos EUA para voar. Papéis de empresas de educação como Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3), com destaque para a primeira, especialmente impactada por conta da sua alta participação no ensino presencial, também registram ganhos.
Petroleiras como Petrobras (PETR3;PETR4) e PetroRio (PRIO3) também avançam, ainda que de forma mais modesta, também monitorando a reunião da Opep+. Os contratos futuros do brent e do WTI avançam mais de 1%.
Voltando a cair, estão as ações das empresas com exposição ao e-commerce e que viram suas vendas digitais saltarem durante a pandemia, caso de Magazine Luiza (MGLU3), que têm queda de mais de 2% de suas ações, mas ainda tem alta de mais de 100% dos papéis no acumulado do ano. B2W também tem baixa superior a 1%. Confira mais destaques:
Linx (LINX3) e Stone (NASDAQ: STNE)
Os acionistas da empresa de tecnologia Linx aprovaram, na terça, por maioria qualificada, a venda da companhia para a Stone.
A oferta tem valor de cerca de R$ 6,7 bilhões, e foi escolhida em detrimento daquela feita pela Totvs.
A aquisição deve transformar a StoneCo em uma provedora integrada de software e pagamentos em um momento em que novos rivais e novas tecnologias – como a plataforma de pagamentos instantâneos Pix, lançada esta semana pelo Banco Central – estão transformando a indústria de pagamentos no Brasil.
Se concluído, o negócio tornará a Linx uma nova unidade de negócios de software da Stone, comandada por executivos de ambas as empresas. A operação depende de aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
O Bradesco BBI avaliou que a decisão da CVM de permitir que os fundadores e gestores da Linx votassem contribuiu para sua venda à Stone, em detrimento da proposta feita pela Totvs. O banco destaca, no entanto, que mesmo os acionistas minoritários votaram a favor da Stone.
Apesar de a Totvs não ter sido capaz de fechar o negócio, o Bradesco mantém suas ações como top pick no setor latino-americano de tecnologia, mídia e telecomunicações. O banco reafirma a avaliação em outperform, com preço-alvo de R$ 36, frente os R$ 27,15 do fechamento da véspera.
O Credit Suisse afirma que a compra da Linx faz sentido para a Stone. A Stone poderá oferecer aos 70 mil clientes da Linx produtos financeiros que a Linx, sozinha, não teria escala para ofertar. O banco avalia que o preço foi justo, e é importante na estratégia da empresa de se tornar uma plataforma completa para merchants de todos os tamanhos.
Incorporada, a Linx passa a valer mais do que valia sozinha. O Credit Suisse espera que o Cade exija poucos remédios para a conclusão da operação, que pode demorar alguns meses. Os acionistas da Stone ainda precisam aprovar o resgate das ações preferenciais dado aos acionistas da Linx , por dinheiro ou classe A das ações comuns da Stone. Os BDRs da Stone precisam ser registrados na CVM e admitidos para trading na B3. O banco não espera dificuldades em conseguir que os acionistas aprovem todas essas condições.
Biosev (BSEV3)
Um incêndio em um dos tanques de etanol da usina da Biosev em Rio Brilhante (MS) paralisou as atividades na unidade nesta terça-feira, informou a companhia. A empresa é controlada pelo grupo Louis Dreyfus.
O fogo no tanque, que armazenava 5 milhões de litros, foi controlado, disse a Biosev, acrescentando em nota que as causas e consequências do incêndio ainda estão sendo apuradas, “inclusive com relação a eventuais vítimas”.