A vereadora por Cuiabá Edna Sampaio (PT) e os movimentos sociais organizados divulgam a programação organizada pelo gabinete da parlamentar para a Semana da Consciência Negra, que este ano acontecerá entre os dias 16 e 18 de novembro, reunindo sessão solene, caminhada, feira de empreendedorismo afro e feira de religiões de matriz africana, entre outras atrações.
A ação é construída em parceria com entidades do movimento social e já está em sua segunda edição, com a parceria da Prefeitura Municipal de Cuiabá.
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A programação começa no dia 16 de novembro (quarta-feira), às 16h, na Câmara Municipal de Cuiabá, com uma sessão solene em homenagem à Semana da Consciência Negra e a Zumbi dos Palmares, onde serão entregues moções a mais de 20 personalidades negras locais, e apresentado o Estatuto Municipal de Promoção e Igualdade Racial.
O documento, elaborado pela vereadora juntamente com lideranças do movimento negro local, traz diretrizes de políticas públicas nas páreas de: saúde, acesso ao mercado de trabalho, direitos da mulher afro-brasileira, terras quilombolas, comunicação social, combate à discriminação e defesa da liberdade religiosa.
Na quinta-feira (17), a partir das 8h, acontece a “Caminhada Pela Paz e contra o Racismo”, com concentração na Praça da Mandioca e trajeto até a Praça Alencastro, circulando pela região central de Cuiabá, com paradas em locais onde houve situações de opressão e violência envolvendo a população excluída, como o Beco do Candeeiro, onde ocorreu a chacina de três adolescentes, em 1998.
Das 9h às 18h, serão realizadas na praça Alencastro duas programações simultâneas: a Praça do Axé, que reunirá a culinária e os ritos das religiões de matriz africana, com a participação de 10 templos de matriz africana da capital e de Várzea Grande, e a Feira de Negócios Afro, com mulheres artesãs locais comercializando artesanato regional, roupas, acessórios, livros usados e itens da culinária cuiabana.
Finalizando o dia, às 19h, acontecerá a mesa-redonda “Religiões de matriz africana”, na escola estadual Leovegildo de Melo, no bairro do CPA 3, reunindo lideranças religiosas masculinas e femininas e pesquisadores do tema das relações raciais para discutir sobre a realidade da prática religiosa negra na capital e no país.
“Precisamos desmistificar as nossas religiões, pois não é possível que em pleno século 21, as pessoas continuem sendo discriminadas por adotarem uma religião que foi trazida pelos nossos antepassados da África. Queremos combater o racismo estrutural e institucional de que infelizmente o nosso povo é vítima. Precisamos falar sobre isso, pois se não o fizermos, não teremos como enfrentar o racismo”, disse a vereadora.
A programação se encerra na sexta-feira (18), à partir das 8h, com a ação “Negritude em movimento”, que levará à escola estadual Leovegildo de Melo a mesa-redonda "Mulheres e lideranças negras", reunindo docentes e pesquisadores do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas Estamira Gomes de Sousa, da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), do Instituto Federal de Educação (IFMT) e da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).
A programação inclui também uma exposição de histórias e imagens intitulada “Alma negra”, que acontecerá durante o mês de novembro, no hall da Câmara Municipal de Cuiabá, e na Praça Alencastro, homenageando a trajetória de personalidades negras da história local, como folclórica lavadeira Maria Taquara.
“A luta contra o racismo deve interessar ao conjunto da sociedade comprometida com a democracia e com a justiça social. No Brasil, apesar de o povo preto representar mais da metade da população, ele está praticamente ausente na participação dos espaços de poder e isso explica a manutenção de enormes desigualdades raciais em todas as esferas da vida em sociedade”, disse a vereadora.
Segundo ela, Mato Grosso, o segundo estado com maior concentração de população negra do país, ainda convive com o racismo estrutural.
“A desigualdade profunda entre brancos e negros é resultado das políticas de Estado adotadas ao longo de quase 400 anos de escravidão e, também, após o fim do regime escravagista. Por isso, a principal pauta do movimento negro é a Reparação Histórica do Estado em relação ao nosso povo. Não podemos mais ignorar o racismo e o fato de que com racismo não há democracia”, disse ela.
Além das universidades citadas, participam da organização do evento mais de 10 templos de matriz africana e cultura afro-brasileira e os seguintes parceiros: Câmara Municipal de Cuiabá, Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Federação Nacional de Umbanda e dos cultos afro-brasileiros, Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas Estamira Gomes de Sousa, da Universidade Federal de Rondonópolis e Comissão de Relações Étnico-raciais do Conselho Regional de Psicologia.
Também participam a União dos Negros pela Igualdade, Movimento Negro Unificado, União Nacional dos Estudantes, União Estadual dos Estudantes, Grupo LivreMente, Sindicato dos Trabalhadores Técnicos Administrativos em Educação da UFMT e o gabinete da deputada federal Professora Rosa Neide (PT).