Começa a 18° edição da Parada da Diversidade Sexual de Mato Grosso. O evento, que este ano tem como tema "Família de LGBTQIA+ Orgulho de (re)existir", teve concentração na Praça Ipiranga, centro de Cuiabá, e saiu em marcha rumo à Praça das Bandeiras, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça, a "Avenida do CPA".
Devido à pandemia de covid-19, a organização preparou um esquema de segurança em respeito às medidas de biossegurança. Ela conta agora com o apoio dos participantes em utilizar a máscara facial e manter o distanciamento social. Para o show de encerramento, também será exigido a apresentação do cartão de vacinação contra a covid-19.
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A data do evento é coincidentemente marcante. Na última semana, a onda conservadora da Assembleia Legislativa impôs derrota à comunidade LGBTQIA+ ao rejeitar a criação do Conselho estadual da classe. O projeto, encaminhado pelo governador Mauro Mendes (DEM), assim como outros conselhos existentes, visava garantir o debate e criação de políticas públicas à comunidade, cujos direitos são constantemente negados.
A população trans, por exemplo, tem expectativa de vida extremamente inferior à da população cis. Alvo constante de violência e extermínio por ódio, a comunidade tem expectativa de 35 anos apenas.
Segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, publicados em 2020, Mato Grosso é o segundo estado mais violento contra a população trans, com 7,52 mortes a cada 100 mil habitantes.
Clóvis Arantes, coordenador, fundador do movimento e um dos percursores na criação dos movimentos sociais de luta pelos direitos em Mato Grosso, disse que o medo de evangélicos e fundamentalistas quanto à criação do Conselho é algo indecente.
“Esse conselho não é um órgão executivo, mas sim um órgão consultivo. Não tem motivo para eles terem esse medo, dizendo que iremos acabar com os valores, pois o conselho não é executivo”, destacou.
Segundo ele, as repostas para o veto virão das ruas e no ano que vem, nas urnas. “Não desistimos do conselho, nós estamos nas ruas, vamos também para dentro dos partidos políticos dialogar com todos, para que no ano que vem, a gente novamente coloque em pauta o conselho LGBTQIA+. Queremos construir valores que nos incluam, para que além de viver, possamos também comemorar nossa existência plena”, afirmou.