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Cidades Domingo, 05 de Março de 2023, 13:38 - A | A

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PAIXÃO EM COMUM

Com grupos só para elas, mulheres pescam pelos rios de Mato Grosso

Daniel Guimarães

Repórter | Estadão Mato Grosso

As mulheres estão se interessando cada vez mais pelos esportes ao redor do mundo, e em Mato Grosso não é diferente, pois uma aventura esportiva está fazendo os olhares femininos brilharem. Trata-se da pesca esportiva, na qual as praticantes esperam o fim da piracema para se aventurarem em rios do estado.

Formados apenas por mulheres, os grupos Elas na Pesca, Xômanas Pescadoras e Mulherada na Pesca conversaram com o Estadão Mato Grosso e contaram um pouco sobre essa paixão em comum.

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Thássia Gaíva, presidente do Elas na Pesca, pegou gosto pelo esporte há muito tempo. Em 2017, ela conheceu a pescaria durante o tempo em que apenas namorava seu marido. Eles se reuniam com mais seis casais e frequentavam o pesqueiro da Tia Dayse, no Porto do Cerrado, em Poconé.

Nesses encontros, a paixão pela pesca foi crescendo cada vez mais e foi quando encontrou mais duas amigas que também compartilhavam desta paixão. Um ano depois, elas resolveram se unir para pescar sozinhas, uma vez que seus companheiros não as levavam.

Em 2019, as mulheres resolveram criar um perfil no Instagram destinado à pesca. Foi através da rede social que elas, além de divulgar fotos de lindas paisagens dos lugares onde pescaram e diversas espécies de peixes, também conheceram mais adeptas ao esporte.

Após o crescimento nas redes, o Elas na Pesca passou de um pequeno grupo para um dos mais procurados pelas mulheres mato-grossenses. “Nosso grupo varia de 10 a 20 mulheres (é difícil achar uma data em que todas possam participar), mas acabo fazendo as pescarias uma ou duas vezes ao ano, ou abrindo exceção para minhas amigas veteranas poderem convidar calouras”, disse ao Estadão Mato Grosso.

MULHERADA NA PESCA E XÔMANAS

O grupo de pesca Xômanas é comandado por Michele Pedroso. A esportista também é uma das integrantes do Mulherada na Pesca.

Segundo Michele, antes do Xômanas se iniciar, foi criado o grupo “Mulherada na Pesca”, que foi divulgado nas redes sociais. Porém, com o tempo, o grupo foi crescendo e já não havia mais vagas, ocasionando na criação do Xômanas.

Até o momento, Michele revelou que os grupos já visitaram diversas pousadas, indo a Santo Antônio do Leverger, Cáceres, Barão do Melgaço e no Lago do Manso, pescando peixes como o Pintado e o Dourado.

Por serem grupos muito grandes, às vezes falta espaço nas pousadas para comportar tantas pessoas e, por esse motivo, Michele revela que planeja um novo projeto, visando mesclar datas para todas conseguirem desfrutar dos encontros de pesca.

“Tenho mais amigas querendo participar dos grupos, mas no momento não consigo colocá-las porque as pousadas geralmente não comportam. Outros grupos também já marcaram data. Estou pensando em montar o Xômanas Pescadoras II para poder agregá-las no esporte e irmos em outra data”, afirmou.

Quando saem para a pesca, os grupos deixam suas casas em uma sexta-feira e só voltam no domingo, após desfrutarem ao máximo da pesca.

FALTA DE PATROCÍNIO

Tanto o grupo organizado por Thássia quanto o de Michelle enfrentam a mesma dificuldade, uma vez que ainda não são patrocinados. Os patrocínios ajudariam as mulheres a custear os gastos, que não são poucos.

Segundo Thássia, a dificuldade ocorre porque as empresas que costumam investir no esporte preferem dar mais apoio aos homens. Os investidores geralmente já pertencem ao nicho esportivo da pesca e poderiam ajudar, por exemplo, bancando ferramentas de pesca.

Michelle explicou como são custeadas as pescarias, que são caras para elas.

“A forma como fazemos para conseguirmos passar o fim de semana nas pescarias com mais estrutura é começar a pagar no início do ano e pescar em setembro, último mês antes da Piracema. Desta forma, temos mais tempo de parcelamento, tornando os pagamentos mais acessíveis ao bolso para que, na data da pescaria, esteja tudo quitado”, pontuou.

Thássia também frisou o alto custo para as pescarias e garantiu que se fosse mais barato, iriam uma vez por mês. Porém, a realidade é outra, permitindo o passeio apenas uma vez por ano.

PAIXÃO PELA PESCA

Nilceia Viana também é uma das tantas mulheres apaixonadas pela pesca esportiva em Mato Grosso. No entanto, a mulher é uma pescadora solitária, pois não participa de nenhum grupo esportivo.

Nilceia costuma pescar no Rio Teles Pires, em Itaúba. O gosto pela pesca se iniciou logo cedo, aos sete anos, quando seu tio a ensinou a pescar.

No início de sua paixão, a pescadora começou pescando apenas com peneira de varinha, até chegar aos dias atuais, quando possui mais ferramentas para o esporte. No entanto, o gosto pela pesca parece aumentar cada vez mais, já que ela pesca todos os finais de semana.

COMO PESCAR

Em Mato Grosso, a pesca está liberada a quem possui a carteira amadora ou a profissional, que podem ser emitidas junto à Secretaria de Estado e Meio Ambiente (Sema), pelo valor de R$ 111,58, no entanto, o preço pode variar mensalmente.

Quem for pego pescando sem o uso de uma das carteiras será multado em até R$ 10 mil. Pescas predatórias também são proibidas pela Sema, com exceção de populações ribeirinhas e sem fins comerciais.

*Estagiário sob supervisão da editora Cátia Alves

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