O desembargador Cândido Arthur Ribeiro Filho, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, deferiu na terça-feira (26) liminar para revogar a prisão preventiva do ex-deputado estadual pelo Amapá e empresário Isaac Alcolumbre, preso em 20 de outubro na operação Vikare, da Polícia Federal.
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De acordo com a PF, um aeródromo localizado na Rodovia AP-070 em Macapá, que pertence ao empresário, servia como base de apoio para aeronaves suspeitas de tráfico internacional de drogas.
As alegações sustentam que na pista de pouso os aviões provenientes de países como Colômbia e Venezuela abasteciam e partiam com drogas para outros estados brasileiros.
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Na decisão, o desembargador considera que não há evidências de que as condutas atribuídas ao empresário voltem a acontecer, ou que exista risco de fuga. Ressalta que não há no inquérito, conversa direta entre Isaac e os traficantes e que o nome dele aparece apenas por ser dono do aeródromo.
Completa ainda que o fato que resultou na prisão ocorreu há mais de um ano, quando o ex-deputado vendeu combustível para um dos investigados. A decisão também proíbe que Isaac tenha qualquer contato com os demais envolvidos.
A liminar foi proferida no fim da noite de terça e a defesa informou que tenta a soltura do investigado na manhã desta quarta-feira (27). Ele foi detido no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).
Como começou a investigação?
A prisão de Isaac foi uma das 16 feitas ao longo da operação, que aconteceu, além do Amapá, em outros 8 estados.
Outros 51 mandados de busca e apreensão foram cumpridos e recolheram 36 recolhidos, além de uma moto.
Do total de mandados de prisão, 16 foram cumpridos, além de 51 mandados de busca e apreensão. Entre os veículos, foram 36 recolhidos, além de uma moto.
Em valores entre reais e dólares foram quase R$ 900 mil encontrados, dos quais R$ 769,5 mil apenas no Amazonas e R$ 108,5 mil no Amapá. Também foram encontradas armas e munições.
O fato que motivou toda a operação aconteceu após a descoberta de destroços de um avião em maio de 2020 numa área isolada do município de Calçoene, no extremo norte do Amapá.
A PF monitorava movimentações suspeitas de aeronaves quando encontrou os destroços. A investigação apontou que o veículo foi incendiado de propósito para esconder a prática.
No local onde o avião foi achado, outros indícios do tráfico de drogas foram percebidos, como uma vala destinada ao armazenamento de entorpecentes.
Daí então, foi descoberta uma cadeia de ocorrências que levou à identificação dos envolvidos, entre eles, o fato de que outra aeronave pousou em Calçoene para transportar os tripulantes e carga do avião incendiado.
Esta segunda aeronave teria sido vendida, em novembro do ano passado, para uma pessoa presa no Pará com 450 quilos de skank, espécie de maconha com maior concentração de substâncias psicoativas.
O avião partiu do mesmo aeródromo em Macapá alvo das investigações. Além de oferecer o apoio logístico, a pista de pouso contava ainda com um sofisticado "serviço" de manutenção com fornecimento de mecânicos, pilotos e operadores financeiros.
Além das aeronaves, a operação descobriu que empresas de fachada em outros estados integravam o grupo criminosos para ocultar o dinheiro captado ilegalmente.
Entre as empresas identificadas, está uma do ramo de cosméticos com sede em Sorocaba, em São Paulo. Foi identificado que a proprietária, uma colombiana, usava produtos químicos da empresa para auxiliar no refino de drogas.
Crimes como tráfico internacional de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro podem ser atribuídos aos investigados, com penas que chegam a 51 anos de prisão.